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Abandono da Unei

Editorial do Jornal do Povo de sábado (28)

Por Redação
30/01/2017 • 09h30
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Inacreditável que passados pouco mais de dois anos o governo estadual não tenha até hoje adotado providencias no sentido de colocar a Unei de Três Lagoas, estabelecimento penal para receber menores infratores em funcionamento. Da inauguração até os dias de hoje o prédio que custou milhões aos cofres públicos, além de depredado vem sendo saqueado com a remoção de suas instalações elétricas, vasos sanitários, janelas e portas. Para colocá-lo em funcionamento, alguns milhares de reais do contribuinte terão que ser gastos para a sua recomposição original. Isso tudo, por conta do descaso e do tempo que se arrasta em não colocar a Unei em funcionamento. Não se tem notícia da data prevista para que este estabelecimento de recuperação de menores entre em atividade. Sequer se sabe se está em andamento processo licitatório para a recuperação do prédio e aquisição de equipamentos que assegurarão o desenvolvimento de suas atividades fins visando a recuperação de menores tanto de Três Lagoas como da região. Muito menos, se tem conhecimento quando haverá a abertura de processo seletivo para contratação do pessoal que nele atuará, assim como e quando esta mão de obra específica estará disponível para a operacionalização deste estabelecimento para menores, uma vez que precisa ser capacitada e treinada.  Tarda a hora do governo estadual diante de tantos motins registrados nos últimos dias em estabelecimentos penais, ampliar os dois presídios de Três Lagoas. Ambos, tanto o masculino como o feminino estão com lotação acima da capacidade prevista. Vez por outra, a Polícia Militar faz revistas e encontra celulares, droga, facas e estiletes, evidenciando a falência do sistema de vigilância, que jamais poderia deixar entrar equipamentos desta natureza ou estar em conivência com delinquentes que insistem em introduzir os instrumentos que propiciam o enfrentamento deles com a estrutura dos estabelecimentos penais, subvertendo a ordem e a disciplina. Enfim, resta uma pergunta: se há dias passados presos conseguiram fugir do presídio de Três Lagoas, será que diante da onda orquestrada pelas facções criminosas esse movimento crescerá nestas paragens?  O receio da população cresce e se generaliza, até porque quando ganham as ruas, esses marginais nos submetem a um clima de medo diante da grande insegurança que causam na população.  Aqui fora ficamos submetidos ao terrorismo e insegurança que esses marginais causam nas comunidades quando ganham ter a rua diante dos muros que os confinam. Portanto, tarda a entrada em operação da Unei como estabelecimento penal importante de recuperação de jovens delinquentes que ainda não estão contaminados ou aliados pela ação maléfica de marginais que se profissionalizam no mundo do crime.  Caso contrário, veremos mais ainda a superlotação de presídios, os quais nada mais se tornaram do que um inferno diante do amontado de seres humanos, que se brutalizam numa convivência intensa com criminosos de alta periculosidade.  

 

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