Uma pesquisa realizada pela a Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore/MS) revela que em 2016 as maiores ocorrências de incêndios florestais, nas terras das empresas associadas, aconteceram na região de Três Lagoas. No ano passado, foram 600 hectares atingidos.

Em segundo lugar, conforme o levantamento da Reflore, aparece a região de Santa Rita do Pardo com 269 hectares atingidos pelos incêndios florestais, seguida por Paranaíba (128 hectares), Nova Andradina (70 hectares), Selvíria (67 hectares), entre outras.

Com relação ao número de queimadas gerais em Mato Grosso do Sul, de acordo com o Ibama, em 2015 foram 5.309 focos de incêndios e, em 2016, 6.967- incremento de 31,2% de um ano para o outro.

Diante dos números, e para conscientizar e orientar a população, a Reflore/MS e seus associados iniciaram neste mês, a ‘5ª Campanha de Prevenção e Combate a Incêndios’. As ações foram iniciadas com a divulgação na imprensa de dados sobre focos de incêndio no Estado, e um cronograma de palestras e campanhas educativas está sendo finalizado pela associação.

De acordo com a Reflore, serão realizadas palestras educativas no campo e na cidade, especialmente nos municípios que possuem as maiores bases florestais, como Três Lagoas, Ribas do Rio Pardo e Água Clara. Em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente, a entidade e seus associados realizarão uma grande panfletagem informativa. A ação está prevista para acontecer no posto da Polícia Rodoviária Federal de Água Clara, no posto da Polícia Militar Ambiental de Três Lagoas e no Posto da Polícia Militar Ambiental do distrito de Casa Verde.

A preocupação da associação e produtores do Estado deve-se ao período mais seco do ano que se aproxima. Entre maio e outubro cresce a incidência de incêndios em Mato Grosso do Sul, gerando prejuízos ambientais, sociais e econômicos.

Conforme informações do analista ambiental do PrevFogo, do Ibama, Alexandre Pereira, mais de 90% dos incêndios florestais são provocados por ação humana, de origem proposital, acidental ou por negligência. “Em Mato Grosso do Sul a principal causa que leva aos incêndios florestais é o uso do fogo de forma inadequada, sem as recomendações técnicas necessárias para manter o fogo sob controle. No Estado, o fogo é utilizado principalmente na atividade de pecuária com o objetivo de renovar a pastagem nativa. Outras atividades relacionadas ao campo também utilizam o fogo, como, por exemplo, a limpeza de restos de colheita, de exploração florestal, controle de pragas, entre outros. Não podemos esquecer que o uso do fogo é permitido por meio das queimas controladas, desde que autorizado pelo órgão estadual de meio ambiente”, destacou Alexandre.

O presidente da Reflore/MS, Moacir Reis, ressaltou que a campanha busca criar a cultura da prevenção junto a população: “Queremos mostrar que com pequenas atitudes podemos prevenir incêndios de diversas proporções e, em casos mais extremos, orientar sobre as medidas e ações de combate. Além de conscientizar, a campanha também almeja diminuir direta e indiretamente o número de focos de incêndio no Estado”, frisou.