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Brasileiro: crente ou descrente?

Descrente ou não, o brasileiro sabe que não pode ficar esperando as coisas acontecerem sozinhas

Por Valdecir Cremon
11/11/2017 • 07h05
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O brasileiro está mais crente na recuperação econômica do país. Pesquisas e prospecções de institutos de pesquisa mostram isso há pelo menos dois meses. As últimas semanas foram marcadas por debates sobre se a recessão econômica foi superada ou não, e se a recuperação do crescimento já começou. Há certo consenso de que a queda do Produto Interno Bruto (PIB) cessou, depois de estagnar em 2014 e cair nos dois anos seguintes, acumulando redução de 7,4% em relação a 2013. 

Entretanto, parar de cair não significa sair da recessão, no mínimo porque a população cresceu mais de 5 milhões de habitantes nos últimos três anos e porque 2017 deve fechar com o PIB ligeiramente acima do resultado de 2016.

O otimismo de alguns fica por conta da previsão de crescimento de 3% em 2018. Os que acreditam justificam sua previsão com o argumento de que a taxa de juros vem caindo – a Selic foi reduzida para 7,5% na reunião do Copom (Conselho de Política Monetária) de 25 de outubro passado – e a economia internacional está favorável para o bom desempenho das contas externas do Brasil.

Os menos otimistas rebatem dizendo que a crise política e a crise moral revelada nos intermináveis processos de corrupção atuam como inibidores nas decisões de investimentos nacionais e estrangeiros, e isso freia o crescimento econômico. 

Para os descrentes, o principal problema está nos enormes déficits primários do setor público e na demora na reforma dos sistemas de previdência dos trabalhadores do setor privado e dos servidores púbicos. 

Descrente ou não, o brasileiro sabe que não pode ficar esperando as coisas acontecerem sozinhas. Cada um deve fazer sua parte, dar sua contribuição e cumprir obrigações. Sem isso, não haverá plano econômico ou reformas que deem jeito. Nisso todos são bastante crentes.

Valdecir Cremon *É jornalista e editor do Jornal do Povo

 

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