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Os outros sete problemas de Lula

Confira o artigo publicado pelo jornalista e professor universitário Jânio Sartorenini

Por Jânio Sartorenini
07/04/2018 • 07h38
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Os problemas do ex-presidente Lula com a Justiça ainda podem estar longe de acabar. Além da condenação relacionada ao tríplex do Guarujá, que rendeu a ele condenação a 12 anos e um mês pelos crimes de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, faltam ainda responder a outros inquéritos na Justiça. Sete, ao todo. Todos ainda em andamento nos tribunais. 

Perder o habeas corpus pedido ao Supremo Tribunal Federal, nesta semana, foi só uma etapa – mais uma – da batalha que os defensores de Lula terão de enfrentar em longos anos pela frente, bem depois das eleições de outubro, da qual não poderá participar.

A expectativa é de que a próxima condenação de Lula seja definida em breve pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara de Curitiba, envolvendo o processo em que ele é acusado de receber propina da Odebrecht. 

Ao lado do ex-senador sul-mato-grossense, Delcídio do Amaral (sem partido), Lula responde à acusação de tentar comprar o silêncio do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, num inquérito de tentativa de obstrução da Justiça.

Em um inquérito da Operação Zelotes, Lula é acusado de tráfico de influência, organização criminosa e lavagem de dinheiro, com o filho Luís Cláudio, que já resultou no bloqueio de R$ 24 milhões, a pedido do Ministério Público Federal.

O Ministério Público Federal (MPF) acusa Lula de ter atuado para liberar verba do BNDES para obra realizada pela Odebrecht, em Angola, em um caso de tráfico de influência. Com ele, nesse caso, estão o sobrinho Taiguara Rodrigues e o empreiteiro Marcelo Odebrecht.

Num inquérito de corrupção passiva, a acusação é de que o ex-presidente teria aceitado promessa de recebimento de vantagem indevida, por meio de recursos ilegais, quando ainda ocupava a Presidência no segundo mandato. As montadoras Caoa e MMC teriam sido favorecidas com edição de medida provisória que zerava a cobrança de IPI sobre carros novos.

Luiz Inácio Lula da Silva é réu sob a acusação de corrupção passiva por receber propinas por meio de reformas no sítio Santa Bárbara, em Atibaia. Segundo a acusação, Odebrecht, OAS e Schahin, por meio do pecuarista José Carlos Bumlai, gastaram R$ 1,02 milhão em obras no sítio em troca de contratos com a Petrobras. O imóvel foi comprado no fim de 2010, quando Lula deixava a Presidência, pelos empresários Fernando Bittar e Jonas Suassuna.

Lula é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção passiva por ter sido supostamente beneficiado no esquema de cartel e corrupção da Petrobras, com o acerto de R$ 12,4 milhões em propinas da Odebrecht. Em troca, sairia o terreno da sede do Instituto Lula.

Lula também responde a processos na Justiça Federal do Distrito Federal. Um deles apura suposto tráfico de influência na compra de aviões militares suecos pela Força Aérea Brasileira (FAB), no governo de Dilma Rousseff.

Em todos esses casos, a defesa de Lula diz que ele é perseguido pelo Poder Judiciário, a mando de elites, e que é inocente.

 

*É jornalista e professor universitário.

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