Sebastião Fontoura - Arquivo/JPAs eleições municipais têm características singulares, pois dizem respeito à escolha, pela sociedade local, das pessoas que comandarão os destinos da cidade onde vivem por um período de quatro anos, designados pelos eleitores para os cargos de prefeito (e vice) e vereadores.
É a única eleição na qual todos os postulantes a cargos e seus possíveis eleitores convivem em ambientes comuns, desfrutam de relações forjadas em trabalhos, laços de amizades, parentescos, identidade religiosa, escolares, comerciais entre outras tantas, representando uma linha sensível ao voto pressionado por vínculos afetivos e de interesses locais bem definidos.
Neste ano as eleições serão realizadas sob as normas da minirreforma politica e eleitoral realizada pelo Congresso Nacional em setembro de 2015, em resposta às manifestações de rua em junho de 2013, da Operação Lava Jato a partir de 2014 e agravadas na crise institucional de governabilidade a partir de 2015.
As eleições municipais de 2016 tornou-se mais relevante por ser a primeira a ser realizada após a minirreforma e o desvendar dos escândalos de desvios e corrupção pública que ganharam espanto e comoção mundial, razão pela qual seus resultados podem sinalizar o grau de absorção dos ensinamentos desse quadro espúrio pela sociedade em geral e pelo eleitor em particular.
Entretanto, independente dos resultados dessas eleições é, com certeza, no processo de execução dos serviços das funções públicas, na forma de gerenciar os recursos públicos e qualificar os serviços prestados que as mudanças se processarão de forma mais rápida e intensa, esse o mote revelador de novos tempos.
A sociedade brasileira está despertando para cuidar de si e valorizar seu voto e a classe politica por certo processará as mudanças necessárias para esses novos tempos, tempo de competência e transparência.
*É consultor de empresas.
