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Mato Grosso do Sul, 23 de abril

Alimentos contendo forma comestível de nicotina reduzem risco de Parkinson

Pesquisa sugere que ingestão regular de pimentão e alimentos da mesma família botânica do tabaco protege contra a doença

Por Redação
10/05/2013 • 17h15
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Comer pimentão duas vezes por semana pode reduzir o risco de desenvolver doença de Parkinson em até um terço, de acordo com pesquisadores da Universidade de Washington, nos EUA.

O estudo revela que indivíduos que comem alimentos da mesma família botânica do tabaco e que contêm forma comestível de nicotina, incluindo tomates, batatas e beringelas, têm maior proteção contra a doença.

A pesquisa aumenta as evidências que sugerem uma ligação entre a redução do risco da doença com o tabagismo e o uso de adesivos de nicotina.

Os resultados aparecem na revista Annals of Neurology.

A doença de Parkinson é uma perturbação do movimento causado por uma perda de células cerebrais que produzem dopamina. Atualmente, não existe cura para o Parkinson, mas os sintomas são tratados com medicamentos e procedimentos, tais como estimulação cerebral profunda.

Estudos anteriores descobriram que o consumo de cigarros e outras formas de tabaco, derivadas das plantas Solanaceae, reduziu o risco relativo de doença de Parkinson. No entanto, os especialistas não confirmaram se a nicotina ou outros componentes no tabaco proporcionaram um efeito protetor, ou, se as pessoas que desenvolvem a doença de Parkinson são simplesmente menos aptas a utilizar o tabaco devido a diferenças no cérebro, que ocorrem mais cedo no processo da doença, muito antes do diagnóstico.

Agora, a pesquisadora Susan Searles Nielsen e seus colegas recrutaram 490 pacientes recém-diagnosticados com a doença de Parkinson. Outros 644 indivíduos sem condições neurológicas aparentes foram utilizados como controle.

Questionários foram utilizados para avaliar as dietas dos participantes e o uso de tabaco, o que os pesquisadores definiram como sempre fumar mais de 100 cigarros ou usar regularmente charutos, cachimbos ou tabaco sem fumaça.

Eles notaram que o consumo de vegetais, em geral, não afetou o risco de doença de Parkinson, mas que conforme a ingestão de derivados da planta Solanaceae aumentou, menor foi o risco de desenvolver Parkinson, com os pimentões apresentando a associação mais forte.

Os pesquisadores observaram que a proteção contra o Parkinson ocorreu, principalmente, em homens e mulheres com pouco ou nenhum uso prévio de tabaco, que contém muito mais nicotina do que os alimentos estudados.

"Nosso estudo é o primeiro a investigar a nicotina na dieta e o risco de desenvolver a doença de Parkinson. Similares aos muitos estudos que indicam que o uso do tabaco pode reduzir o risco de mal de Parkinson, os resultados também sugerem um efeito protetor da nicotina, ou talvez uma substância química semelhante, mas menos tóxica, em pimentões e tabaco", concluem os autores.

Os autores recomendam mais estudos para confirmar e ampliar seus resultados, que poderiam levar a possíveis intervenções que evitem a doença de Parkinson.

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