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Mato Grosso do Sul, 19 de abril

Anestesia local pode interromper desenvolvimento dos dentes do siso em crianças

Resultados podem levar à criação de novas estratégias capazes de impedir o desenvolvimento do terceiro molar

Por Redação
04/04/2013 • 17h45
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Pesquisadores da Tufts University School of Dental Medicine, nos EUA, descobriram que a injeção de anestesia pode interromper o desenvolvimento dos dentes do siso em crianças de dois a seis anos.

Resultados podem levar a novas estratégias para impedir o desenvolvimento do terceiro molar.

A pesquisa foi publicada no Journal of the American Dental Association.

"É intrigante pensar que algo tão rotineiro quanto a anestesia local pode interromper o desenvolvimento dos dentes do siso. Este é o primeiro estudo em humanos a mostrar uma associação entre um procedimento clínico minimamente invasivo e rotineiro e o crescimento do terceiro molar", afirma o autor da pesquisa Anthony R. Silvestri.

Os dentes do siso são potencialmente vulneráveis a lesões porque seu desenvolvimento, ao contrário de todos os outros dentes, não começa até bem depois do nascimento. Entre dois e seis anos de idade, os dentes do siso (terceiro molar) começam a se desenvolver nos quatro cantos da boca, e surgem tipicamente no final da adolescência ou início da idade adulta. Nem todas as pessoas desenvolvem dentes do siso, mas para aquelas que o fazem, os dentes tornam-se frequentemente problemáticos.

A American Association of Oral and Maxillofacial Surgeons relata que nove em cada 10 pessoas terá pelo menos um dente do siso problemático, que pode causar mau hálito, dor e / ou infecção. Por esta razão, muitos dentistas recomendam a cirurgia para remover os dentes do siso para prevenir a doença ou infecção.

Um dente de siso em desenvolvimento é vulnerável a danos durante um tempo relativamente longo, uma vez que é pequeno e apenas coberto por uma fina camada de tecido mole. Quando se forma um broto do dente, ele não é maior do que o diâmetro de uma agulha dental. O tecido mole ao redor do broto do dente fica perto de onde uma agulha penetra quando a anestesia odontológica de rotina é injetada na mandíbula inferior, por exemplo, ao tratar cáries.

Usando o sistema digital de registro dental, os pesquisadores analisaram dados de pacientes que foram tratados entre as idades de dois e seis anos.

Eles estudaram um total de 439 locais onde os dentes do siso podem se desenvolver no maxilar inferior, de 220 registros de pacientes.

Eles dividiram os pacientes em dois grupos, o grupo controle, contendo raios-X de pacientes que não tinham recebido anestesia no maxilar inferior, onde os dentes do siso podem se desenvolver. O segundo grupo, continha raios-X de pacientes que receberam anestesia.

No grupo controle, 1,9% dos locais não tinham brotos de dente do siso. Em contrapartida, 7,9% dos locais no grupo de comparação, aqueles que receberam anestesia, não tinham brotos dentários.

O grupo de comparação foi 4,35 mais provável de não ter brotos dentários de dente do siso do que o grupo controle.

"A falta de incidência de dentes do siso foi significativamente maior no grupo que recebeu anestesia odontológica. Dados estatísticos sugerem que isso não aconteceu por acaso. Esperamos que nossos dados estimulem a pesquisa utilizando amostras maiores e períodos mais longos de observação para confirmar nossas descobertas e ajudar a entender melhor como o desenvolvimento dos dentes do siso pode ser impedido", observa Silvestri.

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