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Mato Grosso do Sul, 16 de abril

Estudo relaciona tamanho de dedo a sucesso financeiro

O estudo, publicado nesta terça-feira na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS)

Por Redação
13/01/2009 • 15h31
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Uma pesquisa da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, afirma que o sucesso de operadores do mercado financeiro pode estar relacionado a traços biológicos, como o tamanho do dedo anular, por exemplo.

O estudo, publicado nesta terça-feira na revista "Proceedings of the National Academy of Sciences" (PNAS), diz que homens que foram expostos a níveis mais altos de testosterona antes do nascimento tendem a ser negociantes com mais lucros.

A quantidade de testosterona a qual uma pessoa foi exposta quando ainda estava no útero pode ser medida porque deixa sinais no corpo do indivíduo adulto.

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A medida mais comum para analisar o nível de testosterona a que um feto foi exposto é o tamanho do dedo anular da mão direita: o dedo anular relativamente mais longo indica altos níveis de exposição do feto à testosterona.

O nível de testosterona, um hormônio esteróide, aumenta entre a nona e a 18ª semana de gestação. A exposição do feto ao hormônio é associada a um maior poder de decisão no corpo e no cérebro em desenvolvimento.

Segundo estudos realizados em animais e humanos, o nível de testosterona pode aumentar a confiança, a preferência por situações arriscadas e a persistência, além de elevar o sentido de alerta e diminuir o tempo de reação.

Influência

Para a experiência, os cientistas de Cambridge recrutaram 49 traders da City, o centro financeiro de Londres. Os pesquisadores tomaram cuidado para garantir que todos eles atuavam no mesmo setor do mercado financeiro, refletindo apenas suas habilidades de assumir riscos, e todos tinham acesso igual a capital e informação. Alguns chegavam a ganhar mais de 4 milhões de libras por ano (cerca de R$ 13 milhões).

Os cientistas observaram que os indivíduos que foram expostos a um nível alto de testosterona na época pré-natal tinham a tendência de obter mais lucros (seis vezes mais) e também de permanecer na profissão por mais tempo que os outros.

"Ficamos surpresos ao descobrir que a exposição aos hormônios ainda no útero tem uma influência tão forte no desempenho futuro", disse o pesquisador John Coates, um dos autores do estudo, que também já trabalhou no mercado financeiro.

"Mas não devemos concluir que, para ter sucesso em todos os tipos de negócio, é preciso ter sido exposto a altos níveis de testosterona", acrescentou.

"Bancos, como uma equipe olímpica, precisam de velocistas e maratonistas", comparou Coates. "Quando pensamos em termos de investimentos de longo prazo, podemos encontrar pessoas bem-sucedidas que têm proporções de dedos mais femininas."

Futuro

Mas, para Coates, a pesquisa de Cambridge não "anuncia um futuro em que a contratação de operadores em Wall Street será feita a partir de características biológicas".

"Estatísticas populacionais como a nossa fornecem os efeitos médios em uma população, mas pode ser complicado quando aplicadas a indivíduos", afirma o cientista.

"Por exemplo, no caso parecido da altura no tênis: a altura dá uma vantagem na velocidade do serviço e no alcance da rede, mas selecionar jogadores com base na altura levaria um técnico a perder um jogador como Jimmy Connors, que, com apenas 1,79 m, venceu oito Grand Slams", concluiu Coates.

 

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