RÁDIOS
Mato Grosso do Sul, 19 de abril

Exportação de carne teve uma queda de 33%

No acumulado deste ano, os negócios foram reduzidos em 14% na comparação com 2007

Por Redação
19/12/2008 • 07h55
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As exportações de carne bovina caíram 33% em novembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado. Em novembro deste ano foram exportadas 132.609 toneladas contra 197.139 em novembro de 2007. Em valores, a queda foi de 14%, com um faturamento de US$ 335.729 milhões em novembro de 2008 contra US$ 389.485 milhões em novembro de 2007. Os dados foram divulgados hoje (18), pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).
No acumulado de janeiro a novembro, as exportações chegaram a 2.022.130 milhões de toneladas, 14% a menos do que no mesmo período do ano passado, quando o Brasil vendeu 2.360.600 milhões de toneladas para o mercado externo. Em valores, houve crescimento de 22%, com US$ 5.009.536 bilhões exportados ante US$ 4.095.135 bilhões no acumulado de janeiro a novembro de 2007.
De acordo com os dados, na primeira quinzena de dezembro de 2008 as exportações haviam atingido o volume de 58.408 mil toneladas, ante as 74.913 mil toneladas exportadas no mesmo período de 2007, registrando uma queda de 22%. Com relação ao valores foram exportados US$ 124.292 milhões nos quinze primeiros dias de dezembro contra US$ 150.761 milhões no mesmo período de 2007. Nesse caso a queda foi de 18%.

PREOCUPAÇÃO


Segundo o presidente da Abiec, Roberto Giannetti da Fonseca, a queda de volumes e valores das exportações de carne registradas em outubro e novembro é preocupante, porque decorre da queda das exportações para a Rússia, o principal mercado do produto fora do Brasil. “A Rússia é responsável por 38% das exportações e como está muito atingida pela crise e teve problemas de crédito, não pôde manter o nível de importações anterior”. Ele disse ser muito cedo para avaliar o que pode acontecer na Rússia, mas avaliou que o problema de crédito deve ser resolvido gradualmente.
Giannetti da Fonseca ressaltou que há outros mercados emergentes que ainda não foram atingidos pela crise e devem manter o mesmo volume de importação do Brasil no ano de 2009. Por conta disso, a Abiec não acredita que o setor seja muito afetado pela crise econômica global. “Deverá haver alguma redução ou compensação de um mercado pelo outro, mas vamos fazer um esforço muito grande para manter os níveis de produção, emprego e exportação da indústria da carne bovina”.

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DEMISSÕES


O presidente da Abiec afirmou que já houve demissões no setor, mas nada relevante, já que a indústria da carne bovina emprega de forma intensiva. “Nós temos, só nos frigoríficos grandes, mais de 100 mil empregos diretos e cercade 500 mil indiretos. Portanto, é importante que mantenhamos a empregabilidade, mesmo que haja mecanismos, como redução da jornada de trabalho ou substituição temporária do contrato de trabalho, que poderão ser utilizados caso a crise se agrave”, disse Giannetti da Fonseca.
Para tentar reverter as quedas, a Abiec aposta na recuperação do mercado do Chile e da União Européia, locais para onde o Brasil estava impedido de exportar por conta de barreiras sanitárias impostas em 2007. Segundo Giannetti, as negociações para quebrar essas barreiras ocorreram durante todo o ano de 2008. “No momento, há uma perspectiva de abertura desses mercados. Na União Européia já está ocorrendo e no Chile deve ocorrer no início de 2009. Com isso, vamos ter a capacidade de retomar nossa posição histórica nesse mercado, crescendo na ordem de 150 mil toneladas a mais do que fizemos este ano”, garantiu.
Giannetti da Fonseca disse também que o preço da carne no mercado interno já está caindo porque a demanda mundial diminuiu. “A queda dos preços no mercado mundial, de novembro para cá, foi em torno de 10%, o que é pequena em relação a outros setores que caíram muito mais”.
Segundo Giannetti da Fonseca, o setor deve fechar o ano com cerca de US$ 5.3 bilhões. Para o ano que vem os números devem chegar no mesmo valor ou talvez um pouco mais. “Talvez com os preços um pouco mais baixos, mas ainda mantendo o volume para os principais mercados e ganhando posição na União Européia, possamos ter os volumes também muito próximos dos observados neste ano. Enfim, uma estabilidade em relação a 2008. Mas, para quem está acostumado a crescer 15% a 20% ao ano desde 2001, a estabilidade é uma visão conservadora do que vem ocorrendo”, disse o presidente da Abiec.


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