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Mato Grosso do Sul, 24 de abril

MS mantém média de transplantes de órgãos em 2008

No ano passado, foram realizados 173 transplantes de córneas, 49 de rins e um transplante de ossos

Por Redação
13/01/2009 • 13h25
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As doações e transplantes de órgãos em Mato Grosso do Sul mantiveram os números dos últimos anos também em 2008. De acordo com a Central Estadual de Transplantes da Secretaria de Saúde (SES), a média é boa, mas ainda há muitas pessoas aguardando por um órgão no Estado.

No ano passado, foram realizados 173 transplantes de córneas, 49 de rins e um transplante de ossos. Também em 2008, 16.937 pessoas foram incluídas no cadastro nacional de doadores voluntários de medula óssea. Em 2007, foram 183 córneas transplantadas e 50 de rins. Naquele ano, 9.857 pessoas aderiram ao cadastro de doadores de medula.

“Os números são bons e temos conseguido atender com qualidade os casos de transplantes. Contudo, a conscientização das famílias sobre a necessidade de doar é o passo fundamental para potencializar o volume de doações após a morte. Por isso, as campanhas e mobilizações para doação são tão importantes”, avalia Claire Miozzo, coordenadora da Central Estadual de Transplantes.

Algumas pessoas acreditam que o corpo possa ficar deformado se doar algum órgão. Outros, por crenças religiosas, não permitem que diversas partes do corpo de alguém falecido possam ajudar na sobrevivência de quem não tem o órgão em perfeito estado.

Por outro lado, a abordagem da família deve ser feita por alguém que conheça os procedimentos para doação, e que possua argumentos fortes para convencer. As famílias, quando questionadas sobre a permissão para doar, querem saber como funciona a fila de espera, se o órgão fica dentro do Estado, se há prejuízo visual no corpo do falecido e quais órgãos podem ser doados, dentre outras perguntas.

“Uma entrevista bem-feita, que esclareça a família da importância de doar, garante que apenas 30% das pessoas permaneçam relutantes em não ceder os órgãos de um parente”, explica Claire.

No Estado, há 338 pessoas na fila por um rim, 97 esperando por córneas, 15 no aguardo de um coração e duas na fila para o transplante de ossos. A Santa Casa de Campo Grande realiza todos os transplantes habilitados em Mato Grosso do Sul. Outros estabelecimentos de saúde fazem operações de córneas.

Vontade

Em 1998, a Lei 9.434 instituiu a doação presumida de órgãos, na qual a pessoa optava por gravar na Carteira de Identidade a expressão “Não-doador de órgãos e tecidos”. Contudo, por conta da falta de divulgação e das dúvidas geradas, a prática foi abolida e passou-se a utilizar a doação consentida, quando a pessoa comunica à família seu desejo de doar os órgãos e tecidos, em caso de morte.

“Somente parentes em 1º grau podem autorizar a doação. Nesse sentido, é essencial o diálogo entre as pessoas para que se conheça a vontade dos entes em realizar a doação”, declara a coordenadora da central de transplantes.

Do corpo humano, podem ser doados rins, córneas, fígado, coração, pele, pulmão, pâncreas, intestino, veia, ossos e tendão. Em Mato Grosso do Sul, são realizados transplantes de córneas, rins, coração e ossos. No último dia 4 de janeiro, uma parceria entre o Hospital Universitário de Dourados e o Hospital das Clínicas de São Paulo realizou um transplante complexo na cidade do interior do Estado.

A cirurgia retirou rins, pâncreas, córneas e fígado de um adolescente de 17 anos que teve morte cerebral após acidente de trânsito. O coração e o pulmão não foram retirados porque suportam apenas quatro horas fora do corpo, prazo curto para que sejam transportados até São Paulo.

Graças às parcerias com Instituto Médico Legal (IML), Serviço de Verificação de Óbitos, delegacias, Polícia Civil, Bombeiros, entre outras entidades, a Central de Transplantes consegue executar operações complexas em tempo curto.

“As córneas, por exemplo, devem ser retiradas em até seis horas após a morte. Imagine um acidente, onde deve ser localizada a família, que autoriza a doação, para que então possam ser retiradas as córneas. Somente com a ajuda de diversos órgãos é possível ajudar quem não enxerga”, elucida Claire. Fora do corpo, as córneas sobrevivem por até 14 dias, em líquido médico especial.

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