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Mato Grosso do Sul, 20 de abril

Número de mortos por arma de fogo cresce 346% em 30 anos, diz estudo

Mapa da Violência mostra que mortes entre jovens cresceram mais no país.

Por Redação
07/03/2013 • 11h42
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O número de mortos por armas de fogo nos últimos 30 anos cresceu 346% no país, segundo o relatório Mapa da Violência 2013, divulgado pelo Centro Brasileiro de Estudos Latino-Americanos. No período, a população brasileira cresceu 60,3%, segundo o estudo, divulgado na quarta-feira (6) com base em dados do Ministério da Saúde.

Entre 1980 e 2010, quase 800 mil pessoas morreram vítimas de disparo. Foram 8.710 em 1980 e 38.892 em 2010.

O crescimento das mortes por disparo de armas no país foi puxado pelos homicídios, que cresceram 502,8% nos últimos 30 anos, enquanto que os suicídios cresceram 46,8% e as mortes por acidentes com armas caíram 8,8% entre 1980 e 2010.

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O estudo mostra que a evolução das mortes ao longo do tempo não foi homogênea. Entre 1990 e 2003, houve aumento regular, em ritmo de 7,3% ao ano. Após o pico de 39,3 mil mortes em 2003, os números caíram para 36 mil em 2003, passando a oscilar depois de 2008 em torno de 39 mil mortes anuais. O relatório diz que a maior regulação do comércio de armas no país e a campanha de desarmamento podem ter contribuído para isso.

As mortes entre jovens representam mais da metade das registradas entre 1980 e 2010, representando um crescimento de 414% no período.

Em 2010, a taxa de mortalidade por 100 mil habitantes no país por disparo de arma estava em 19,3, enquanto que a taxa entre a população jovem, com idades entre 15 e 29 anos, ficou em 42,5.

Panorama por estados

Na última década, o número de mortes por disparos cresceu 11,2%, mas, segundo o estudo, o aumento ocorreu por “situações extremamente diferenciadas”.

A Região Norte lidera o crescimento da mortalidade por tiros (195,2% na década), quase triplicando o número de vítimas. Em seguida aparece o Nordeste, com crescimento de 92,2%.

Na Região Norte, o Pará encabeça o crescimento da taxa de homicídios, com uma taxa de 34,6 mortes por disparo de arma de fogo a cada 100 mil habitantes em 2010. Dez anos antes, a taxa no estado estava em 8,5, diz o estudo. O padrão recomendado como satisfatório pela Organização das Nações Unidas (ONU) é de 10 por 100 mil.

Amapá e Amazonas aparecem em seguida, ambos com crescimento da taxa de assassinatos acima de 150%. Já no Nordeste, a maior parte dos estados possui altos números de crescimento da taxa de homicídios, com destaque para o Maranhão, cujo número de vítimas cresceu 344,6% em 10 anos.

Em seguida estão os estados de Alagoas, Bahia, Ceará e Paraíba, todos com aumento de cerca de 200% no número de mortes por disparo.  Alagoas era, em 2010, o líder na taxa de mortes por arma de fogo por 100 mil habitantes – 55,3. Em 2000, o número era de 17,5. O único da região a evidenciar queda nos números foi Pernambuco: saldo negativo de 27,8% de 2000 a 2010.

Já no Centro-Oeste, houve redução na taxa de mortes em Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, pouco crescimento no Distrito Federal e crescimento moderado em Goiás  (que ficou na 13ª posição nacional por Estados, com taxa de 22 mortes por 100 mil habitantes resultantes de arma de fogo).

Na região Sul houve crescimento moderado: 53,6%, com destaque para o Paraná (aumento de 112,7% na década) e Santa Catarina (68,6%).

A única região a evidenciar quedas na década é o Sudeste, cujo número de óbitos reduziu 39,7%, puxado por São Paulo, cujas vítimas em 2010 representam por volta de 1/3 do que eram no ano 2000. Em 2010, o estado alcançou a taxa de 10,4 mortes por 100 mil.

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