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Mato Grosso do Sul, 26 de abril

Quase 73% dos caminhoneiros fazem pausa para descanso

PRF alerta que nessa fase de fiscalização punitiva veículos poderão ser retidos

Por José Ramão Mariano/PRF
12/09/2012 • 10h01
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Pesquisa qualitativa realizada pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) aponta que 72,51% dos motoristas fazem paradas de até 30 minutos durante o trajeto, como determina a Lei do Caminhoneiro. Depois de período de esclarecimento, a PRF iniciou nessa quarta-feira fiscalização mais rigorosa sobre o cumprimento da lei do descanso nas estradas.

A PRF entrevistou 3.052 motoristas entre os dias 10 e 18 de agosto, num universo de 7 mil veículos que trafegam diariamente nas rodovias federais que cortam Mato Grosso do Sul. A fiscalização punitiva para os condutores que desrespeitarem a legislação começa com possibilidade inclusive de retenção de veículos.

De acordo com a pesquisa, 64% dos entrevistados declararam que estão fazendo o intervalo a cada quatro horas de direção. Outros 29,91% disseram que estão fazendo a pausa entre quatro e oito horas. O superintendente da PRF no Estado, Ciro Ferreira, diz que a pesquisa constatou que os motoristas estão se ajustando à legislação.

“A pesquisa foi feita para saber como os motoristas estão se comportando. Também é uma preparação para fiscalização mais eficiente e levantamento do perfil do condutor e locais de descanso”, informou.

O levantamento da PRF mostra ainda que 72,47% dos caminhoneiros cumprem intervalo mínimo de 11 horas para repouso diário. Para 79,97% dos caminhoneiros, a lei vai ajudar a reduzir os índices de acidentes nas rodovias.

As rodovias em Mato Grosso do Sul não dispõem de acostamentos específicos para descanso de condutores. Há apenas uma rodovia estadual com dispositivo próprio, a que liga Bataguassu a Santa Rita do Pardo, construída pela Companhia Energética de São Paulo (CESP) como obra compensatória.

Postos de combustíveis continuam sendo os principais locais de descanso para 50,27% dos motoristas de caminhão, de acordo com a PRF. Outros 15,2% procuram estabelecimentos comerciais para o repouso, 2,58% param em postos da PRF e 31,96, em locais não especificados.
 
“Vamos direcionar fiscalização para esses pontos de parada”, afirma o superintendente Ciro Ferreira. De acordo com a PRF, a BR-163 é a rodovia mais estruturada com pontos de apoio. Por outro lado, o trecho de 190 km da BR-060 entre Camapuã e Chapadão do Sul é o mais deficiente em áreas de acostamento e paradas.

Na BR-262, o trecho mais crítico é entre Três Lagoas e Água Clara, onde os acostamentos estão com defeito e desnivelados com a pista. Não há faixa adicional nos 141 km do percurso entre as duas cidades.

Durante a pesquisa, a PRF abordou 33,21% de veículos com placas de Mato Grosso do Sul, 26,21% do Paraná, 14% de São Paulo e 10,89% de Santa Catarina.

Este ano, a PRF já registrou 328 acidentes, resultando 59 feridos e 12 mortos. O cansaço por horas trabalhadas muito acima da estabelecida na legislação pode ser uma das principais causas desses acidentes envolvendo veículos de carga, segundo a PRF.

A PRF diz que é preciso estruturar melhor os pontos de apoio ao longo das rodovias federais em Mato Grosso do Sul, para garantir ao profissional o necessário aparato indispensável à sua segurança e comodidade nesse período de repouso obrigatório.
 
“Associações, federações de motoristas e empresários do ramo do transporte, bem como da atividade comercial, podem conjuntamente buscar solução que atenda essa necessidade”, diz o superintendente da PRF.

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