RÁDIOS
Mato Grosso do Sul, 19 de abril

Silvicultura é atividade que bem gerenciada ajuda meio ambiente, diz técnico

Por Redação
12/09/2012 • 08h13
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Do estágio de replantio, quando a muda atinge porte consistente, à produção, tempo de corte é de sete anos. É quase o dobro do tempo de preparação do gado de corte para o abate, mas o que mais atrai os pecuaristas para as florestas plantadas são os lucros que a madeira pode gerar, seja para a produção de celulose, seja para a geração de energia aos altos fornos e caldeiras das grandes indústrias de alimentação e siderurgia.

De acordo com o diretor-executivo da Associação Sul-Mato-Grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas (Reflore-MS), Dito Mário, a genética já permite ao pecuarista, em menor espaço, fazer a engorda. O dirigente, engenheiro agrônomo, diz que as florestas plantadas são a maneira mais eficaz para recuperar o solo degradado. Por isso, acha natural que os pecuaristas busquem desenvolver a silvicultura em maior escala ou optem pelo confinamento. Esse sistema de engorda leva à sobra de área que pode ser coberta pelo eucalipto. 

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“Depois do melhoramento genético do gado, não há mais necessidade de tanto espaço para manter os animais. Uma parte da fazenda deve ser dedicada à silvicultura, de forma direta ou por meio de fomento ou até mesmo de parceria com as indústrias de celulose”, afirma Mário. 

De acordo com os técnicos, uma floresta de eucalipto pode render, por ano, de 300 a 330 metros cúbicos de madeira. A renda por hectare é de R$ 7 a 9 mil, anualmente. No caso do boi, uma cabeça rende por hectare aproximadamente R$ 1.200. Considerando que na engorda são de quatro a cinco cabeças por hectare em pastagem bem planejada, a renda seria de R$ 6 mil. ”Dois bois não conseguem se alimentar em um hectare de área degradada”, afirma Dito Mário.

 DEGRADAÇÃO DO SOLO

Segundo o diretor da Reflore-MS, os principais mitos sobre a fabricação do papel e que são motivos de discussão até entre produtores que começam a plantar eucalipto, dizem respeito à dúvida se essa espécie de árvore realmente seca o solo e se a cultura reduz o valor agronômico da terra, esgotando seus nutrientes. “Uma gota de água provoca mais danos ao solo sem nenhuma cobertura vegetal ou em um campo aberto, desprotegido, do que em uma floresta, onde a água escorre com uniformidade”, afirma Dito Mário.

“O eucalipto bem manejado não seca o solo e, pelo fato de recobri-lo, ajuda a potencializar a infiltração de água”, observa o dirigente, lembrando que o ressecamento do solo ocorre em qualquer outra cultura e não apenas com o eucalipto, porque o que manda é o manejo bem planejado. No caso da formação de pastagens, é preciso corrigir o solo degradado, com aplicação de calcário e adubo.

O eucalipto chegou ao Brasil em 1825 como uma planta ornamental e apenas em 1903 passou a ter fins econômicos. A planta era usada como lenha para o funcionamento das locomotivas.

Os mitos sobre a plantação começaram por volta dos anos 60 e 70 do século passado. Os motivos que levaram às crenças nas mentiras sobre o eucalipto foram as técnicas inadequadas utilizadas, as falhas na fiscalização, o uso inadequado da terra, entre outros fatores.

VERDADES

Segundo os técnicos, o eucalipto retém menos água do que plantas nativas e sua maior capacidade de absorção de água é na época de chuvas. Na seca, a planta retém menos água. A cana-de-açúcar, o arroz, a soja, o açúcar e o café consomem mais água do que o eucalipto.

BENEFÍCIOS

Os especialistas afirmam que as cascas e folhas do eucalipto enriquecem o solo uma vez que agem como matéria orgânica e ainda colaboram para a diminuição do aquecimento global, pois cada 1 hectare plantado consome 10 toneladas de carbono da atmosfera.

 

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