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Mato Grosso do Sul, 23 de abril

SP é capital com menos jovens expostos à violência, aponta estudo

Maceió tem pior índice entre capitais; Rio foi a que mais reduziu risco.

Por Redação
19/02/2013 • 10h37
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Entre as capitais brasileiras, São Paulo e Maceió estão em posições opostas no ranking nacional do Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência nos municípios, divulgado nesta terça-feira (19) pelo Ministério da Justiça e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. São Paulo tem o melhor resultado, com jovens menos expostos a riscos, enquanto a capital alagoana aparece no outro extremo da lista -- repetindo as posições da edição anterior, divulgada em 2009. Já o Rio de Janeiro, que era a 5ª capital com jovens mais vulneráveis, no novo levantamento é a 4ª capital menos vulnerável do país.

O estudo foi realizado em 283 cidades brasileiras com mais de 100 mil habitantes e usou dados consolidados pelo Censo Demográfico/2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento retrata questões que influenciam a vida de jovens de 12 a 29 anos de idade, como homicídios e mortalidade no trânsito; pobreza, desigualdade socioeconômica; frequência dos jovens nas escolas; e o acesso ao mercado de trabalho.

O IVJ tem escala que varia de 0 (melhor resultado possível) a 1 (pior resultado possível) e classifica em primeiro lugar as cidades mais vulneráveis à violência, em um “ranking inverso”, em que a pontuação mais elevada representa maior vulnerabilidade, proporcionalmente. A fórmula foi criada pela Fundação Seade, de São Paulo, e incorpora dados sobre homicídios e acidentes de trânsito na metodologia do Índice de Homicídios de Adolescentes, desenvolvida pelo Laboratório de Análise da Violência da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

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As cidades com índice de até 0,300 são consideradas de vulnerabilidade baixa; mais de 0,300 a 0,370, vulnerabilidade média-baixa; mais de 0,370 a 0,450, vulnerabilidade média; mais de 0,450 a 0,500, vulnerabilidade alta; e mais de 0,500, vulnerabilidade muito alta.

Confira abaixo o ranking das capitais

Índice de Vulnerabilidade Juvenil à Violência (IVJ)  
CAPITAIS POSIÇÃO NO RANKING NACIONAL ÍNDICE DE VULNERABILIDADE CONDIÇÃO DE VULNERABILIDADE
Maceió 12ª 0,419 Média
Porto Alegre 53ª 0,347 Média-baixa
Boa Vista 54ª 0,346 Média-baixa
Macapá 56ª 0,345 Média-baixa
João Pessoa 58ª 0,344 Média-baixa
Porto Velho 64ª 0,342 Média-baixa
Salvador 65ª 0,341 Média-baixa
Cuiabá 75ª 0,333 Média-baixa
Fortaleza 80ª 0,330 Média-baixa
Belém 83ª 0,328 Média-baixa
Recife 85ª 0,325 Média-baixa
Rio Branco 97ª 0,321 Média-baixa
Teresina 100ª 0,316 Média-baixa
Palmas 102ª 0,315 Média-baixa
Manaus 112ª 0,306 Média-baixa
São Luís 117ª 0,303 Média-baixa
Vitória 124ª 0,297 Baixa
Aracaju 134ª 0,290 Baixa
Natal 143ª 0,279 Baixa
Goiânia 145ª 0,278 Baixa
Campo Grande 148ª 0,275 Baixa
Brasília 166ª 0,262 Baixa
Curitiba 174ª 0,258 Baixa
Rio Janeiro 193ª 0,248 Baixa
Belo Horizonte 194ª 0,248 Baixa
Florianópolis 195ª 0,247 Baixa
São Paulo 221ª 0,230 Baixa

FONTE: Ministério da Justiça e Fórum Brasileiro de Segurança Pública

Rio é destaque

O Rio de Janeiro foi a capital que teve a melhor evolução pelo IVJ, saindo de 0,471 em 2007 (ano da coleta de dados do estudo divulgado em 2009) para 0,248 (2010). Segundo o levantamento, a melhoria de indicadores como taxas de homicídio, pobreza e desigualdade socioeconômica conduziram a cidade a tornar-se a quarta capital menos vulnerável do país, com um avanço de mais cem posições na lista geral de municípios -- não é possível fazer uma comparação exata no número total, já que na edição anterior foram 266 as cidades pesquisadas.

Na 221ª posição, São Paulo aparece com índice de 0,230 de IVJ. Já o estado de São Paulo conta com sete das dez cidades mais bem posicionadas no ranking: Araraquara (275°), São Carlos (277°), Limeira (278°), Americana (279°), Birigui (280°), Valinhos (281°) e São Caetano do Sul (282°).

Segundo Renato Sérgio de Lima, conselheiro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e supervisor técnico do indicador, "o IVJ não tem objetivo de isolar o impacto de programas como o Pronasci e avaliá-los especificamente". "O que há é uma evidência de que a focalização adotada pelo Ministério da Justiça funcionou e que, para garantir avanços futuros, mecanismos de monitoramento e avaliação da política de segurança pública precisam ser estruturados."

Lima afirma que o fato de a cidade do Rio de Janeiro ter melhorado no ranking dá indicativos de que as medidas na área de segurança pública adotadas no estado e na capital funcionaram. "As Unidades de Polícia Pacificadoras (UPPs) dão indícios de sucesso na garantia de segurança ao cidadão. Não avaliamos os resultados das UPPs, não é esse o nosso papel, mas foi o investimento público no estado e na capital de estado que mais se destacou na região nos últimos anos."

Município mais seguro
A cidade brasileira com menor vulnerabilidade à violência juvenil é Pouso Alegre (MG), com 0,153 de IVJ. Apenas três municípios têm condição de vulnerabilidade considerada alta: Eunápolis (BA), com 0,480; Marabá (PA), com 0,465; e Arapiraca (AL), com 0,453. Elas ocupam, respectivamente, a 1ª, 2ª e 3ª posições no ranking do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Entre os 11 municípios mais vulneráveis que Maceió, seis são baianos: Simões Filho (11°), Teixeira de Freitas (9°), Lauro de Freitas (8°), Paulo Afonso (7°), Porto Seguro (4°) e o município mais vulnerável à violência no país, Eunápolis. Completam os dez primeiros lugares do ranking Marabá (PA), em 2°; Arapiraca (AL), 3°; Santa Rita (PB), em 5°; Alvorada (RS), em 6°; e Luziânia (GO), em 10º.

Outras seis capitais, no entanto, tiveram piora no ranking: Palmas, 102ª cidade mais vulnerável; Rio Branco (97ª); Cuiabá (75ª); Macapá (56ª); Porto Alegre (53ª) e Maceió (12ª). Esta última registrou IVJ de 0,419.

Ainda de acordo com Lima, o raciocínio mais adequado sobre os dados do levantamento é o de que "onde se controla a violência, os indicadores sociais melhoram e a vida das pessoas segue o mesmo caminho". "Segurança é fator de desenvolvimento", diz.

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