RÁDIOS
Mato Grosso do Sul, 19 de abril

Trabalhadores protestam em todo o país contra juros altos

Manifestações aconteceram em Brasília e em frente às sedes regionais do BC, nos Estados

Por Redação
22/01/2009 • 06h43
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Cerca de 100 manifestantes de centrais sindicais de trabalhadores protestaram na manhã de ontem (21) em frente à sede do Banco Central a favor de um “corte drástico” nos juros. A manutenção da taxa de 13,75% ao ano seria decidida à noite, durante reunião do Comitê de Política Monetária (Copom).
A manifestação com faixas, carros de som e fantasias ocorreu ontem (21), simultaneamente, em 26 Estados, nas sedes regionais do Banco Central. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique dos Santos, disse que "é preciso responsabilidade social" dos membros do Copom. Ele indica a redução da expectativa da inflação como mais um motivo para o Banco Central reduzir os juros. Segundo ele, é preciso "um corte ousado, drástico, para enfrentar a crise financeira internacional e suprir a necessidade de crédito e investimento no País, capaz de gerar renda para a sociedade brasileira".
Ele calcula que o corte de 1 ponto percentual na taxa Selic representaria R$ 15 bilhões a mais de recursos circulando na economia. Artur Henrique criticou ainda o “spread” bancário (custo de intermediação de empréstimos) e disse que os bancos públicos (Caixa Econômica Federal e Banco do Brasil) "devem ser os primeiros a favorecer o baixo custo do dinheiro".
O secretário-geral da Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST), Moacyr Roberto Tesch Auersvald, disse acreditar "no bom senso do governo Lula para que a composição do governo não tenha um posicionamento diferente quanto ao patamar de juros que deve ser praticado". Ele defende "que o Banco Central olhe para o povo e siga o discurso de Lula pois o juro alto é incompatível com soluções para a recessão e o desemprego, enquanto os banqueiros continuam tendo lucros altos", criticou.
O presidente regional da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB) para o Distrito Federal e entorno, Waldyr Ferreira, disse que o Banco Central pratica "uma política de capachismo a serviço das grandes corporações internacionais" e acentuou que a instituição "não executa uma política condizente com o que presidente Lula prega".

RECESSÃO

O Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) defende que a flexibilização da política monetária brasileira “deve ser agressiva e levada ao limite de suas possibilidades, como no mundo todo”. Segundo o divulgado oficialmente pelo Iedi, "a crise atual é profunda em seus desdobramentos sobre a economia nacional, o que leva (a economia) a uma recessão, e não apenas a uma mera desaceleração em nosso crescimento econômico”.
O comunicado do Iedi não menciona número de expectativa na redução da taxa básica de juros (Selic). No entanto, mantém a afirmação do economista-chefe da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, de que “há espaço no cenário econômico nacional para redução de pelo menos 1 ponto percentual na Selic”, atualmente em 13,75% ao ano desde setembro de 2008.
Não é só a indústria que torce por uma redução mais efetiva da Selic, embora seja o segmento econômico mais atingido pela deterioração do mercado, nos últimos quatro meses. Todo o setor produtivo, trabalhadores, autoridades governamentais e até bancos pedem juros mais baixos e crédito mais acessível, acompanhados por mecanismos fiscais que garantam a ampliação de investimentos públicos e incentivos ao investimento privado.

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