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Vírus da gripe que matou 1 milhão na década de 60 pode retornar, afirma MIT

Os vírus detectados no estudo são geneticamente parecidos aos de 1968 e têm o potencial de gerar uma pandemia

Por Redação
13/05/2013 • 10h19
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No verão de 1968, uma nova cepa de influenza surgiu em Hong Kong. Conhecida como H3N2, ela se espalhou pelo mundo matando cerca de 1 milhão de pessoas.

Um novo estudo do Massachusetts Institute of Technology (MIT) revela que há muitas estirpes de H3N2 que circulam em aves e suínos, e são geneticamente semelhantes aos da estirpe 1968 com potencial de gerar uma pandemia se infectarem seres humanos. Os pesquisadores, liderados por Ram Sasisekharan, professor de Engenharia Biológica do MIT, também descobriram que as vacinas atuais contra a gripe podem não oferecer proteção contra essas novas cepas.

O estudo, publicado no  Scientific Reports , alerta também à Organização Mundial de Saúde e agências de saúde pública que uma "bandeira vermelha" deve ser levantada ao menor sinal de contaminação de humanos pelo vírus.

No novo estudo, os pesquisadores compararam a estirpe de H3N2 de 1968 a cerca de 1.1 mil cepas H3 circulante atualmente em suínos e aves, com foco no gene que codifica a hemaglutinina (HA), a proteína viral.

Depois de comparar as sequências genéticas em cinco locais-chave que controlam as interações dos vírus com os hospedeiros infectados, os pesquisadores calcularam um "índice antigênico" para cada estirpe. O estudo levou em conta, ainda, a capacidade dos vírus de se ligarem aos receptores de glicano encontrados nas células do trato respiratório, chave para infectar os seres humanos.

Com estes procedimentos, a equipe de pesquisa conseguiu isolar, a partir de 2000, 581 cepas H3 que podem potencialmente causar uma pandemia. Destes, 549 vieram de aves e 32 de porcos.

Os pesquisadores, então, expuseram algumas dessas cepas de anticorpos provocados pelos atuais H3 a vacinas sazonais de gripe, comprovando que os anticorpos destas vacinas não foram capazes de reconhecer ou atacar essas cepas H3. "Das 581 sequências HA, seis linhagens de suínos já contêm as mutações HA necessárias para infecção de humanos. Uma das coisas surpreendentes sobre o vírus da gripe é a sua capacidade de usar genes de diferentes hospedeiros. Podem haver genes virais que se misturam entre os porcos, ou entre aves e porcos," completa Sasisekharan.

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