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Campo Grande, 26 de abril

Cenário político para 2022 será influeciado por atuais mudanças

Projeção de Simone Tebet para Senado Federal e alterações de cargos importantes em MS, geram expectativas entre candidatos

Por Adilson Trindade/ Thais Cintra CBN
13/01/2021 • 13h00
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Alguns fatos novos na política podem ter influência nas eleições de 2022 em Mato Grosso do Sul. Temos a candidatura da senadora Simone Tebet (MDB), à presidência do Senado e a saída inesperada do vice-governador Murilo Zauith (DEM), do comando da Secretaria Estadual de Infraestrutura. Um dos fatores relevantes é a eventual eleição da senadora Simone Tebet, para a presidência do Senado. Sentada na cadeira do comando do Senado e, consequentemente, do Congresso Nacional, Simone ganha muita força política e pode embaralhar o processo eleitoral em 2022. Até porque a sua vaga no Senado é que estará em jogo.

Hoje os eventuais adversários apostam em seu enfraquecimento eleitoral sem a força do seu patrocinador político André Puccinelli, cacique do MDB, para alavancar a sua candidatura à reeleição. Mas com o centro da presidência do Senado, o cenário pode mudar, e muito. Não há dúvida que Simone ganhou projeção nacional enfrentando o então poderoso Renan Calheiros, na bancada do MDB, para indicação do candidato a presidente do Senado. Simone perdeu a disputa na bancada, mas ganhou ajudando na eleição do atual presidente Davi Alcolumbre (DEM). Com essa jogada, ela foi contemplada com à presidência da Comissão de Constituição e Justiça, a mais importante do Senado.

Mas isso não garantiria uma reeleição tranquila para o Senado, em 2022.  Os eventuais rivais não são fracos e algumas dessas expressivas lideranças políticas estão de olho nessa vaga da Simone. Uma delas é a ministra da Agricultura, Tereza Cristina (DEM). Ela é hoje, sem dúvida, uma política de expressão nacional, considerada a maior liderança do agronegócio do Brasil. A ministra tem apoio do presidente Jair Bolsonaro e de toda a cúpula nacional do DEM para tomar essa vaga de Simone no voto. Força política não lhe falta hoje para tocar esse projeto eleitoral, e Tereza Cristina tem o apoio dos grandes partidos do Estado. E pode contar aí com ajuda do prefeito de Campo Grande, Marquinhos Trad (PSD).

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Coração divido 

A concretização da candidatura de Tereza, deve dividir o coração do ex-governador André Puccinelli. A ministra sempre foi uma política com forte ligação ao Puccinelli. Ela chegou a Câmara dos Deputados pelas mãos do ex-governador. Mas logo os dois tomaram rumos diferentes, e por questão de interesse partidário, André subirá no palanque de Simone, mas sem muita empolgação. Até hoje, ele não 'engoliu' a renúncia da candidatura de Simone ao governo do Estado quando estava preso. O então presidente da Assembleia Legislativa, deputado Júnior Mochi (MDB), foi lançado já depois das convenções partidárias.

Outra liderança de olho na vaga de Simone é o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), que trabalha para se recuperar eleitoralmente e construir uma forte base política se aliando a vários partidos. Mas como só uma vaga do Senado está em jogo, o caminho ficou mais estreito para todos os pretendentes. Será uma disputa acirrada. Quanto ao Murilo, Azambuja disse não existir nenhum conflito entre eles. Murilo pediu para sair da Secretaria de Infraestrutura e exercer exclusivamente às atribuições de vice-governador.  “Não teve desavenças, disse-me o governador", afirmou Zauith.

O governador ainda não definiu o substituto mas informou que isso deve ocorrer até o início de fevereiro e deixou claro ser uma indicação técnica para a pasta. Mas dentro do DEM, a saída de Murilo foi para acomodação política e dar mais força ao secretário estadual de Governo, Eduardo Riedel. Ele é o nome de Azambuja para concorrer a sucessão estadual em 2022 e precisa ter maior participação nas decisões das execuções de obras para ganhar maior visibilidade politica e eleitoral.

 

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