RÁDIOS
Campo Grande, 20 de abril

Alvejados na nuca, policiais não tiveram chance de defesa

Após fugir da cena do crime, autor dos disparos morreu em confronto com PM’s

Por Beatriz Magalhães
13/06/2020 • 08h15
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Dois policiais foram mortos na última terça-feira (9) na avenida Joaquim Murtinho, no bairro Itanhangá, em Campo Grande. Antônio Marcos Roque da Silva, de 39 anos, estava na Polícia Civil de Mato Grosso do Sul desde 2006, e Jorge Silva dos Santos, de 50 anos, desde 2002. Eles eram lotados na Delegacia Especializada de Repressão e Roubos e Furtos (DERF).

De acordo com informações da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, os investigadores se deslocavam, no interior de uma viatura descaracterizada da DERF, conduzindo no banco traseiro duas pessoas, sendo um homem de 30 anos, com mandado de Prisão por Violência Doméstica, e um segundo, Ozeias Silveira de Morais, 44 anos. Ozeias estava sendo conduzido como testemunha, motivo pelo qual não fazia o uso de algemas, e não teria sido submetido a busca pessoal.

“Não tínhamos nada contra o Ozeias, apenas a palavra do que estava sendo preso por violência doméstica, em tese, ele (Ozeias) teria oferecido joias, mas não sabemos se eram joias do roubo, de outro furto ou até da família. Na verdade, nós iriamos apenas ouvi-lo e mesmo que ele confessasse o roubo, seria liberado porque ele estava fora do estado flagrancial. Não tínhamos nada de concreto contra ele”, afirma o delegado Reginaldo Salomão, responsável pela investigação do furto de joias.

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Ao parar no semáforo da rua Joaquim Murtinho, os investigadores foram alvejados na região da nuca, sem qualquer chance de defesa. O autor do crime, Ozeias Silveira de Moraes levava consigo uma arma de fogo calibre 38, registrada em seu nome. Ele trabalhava como vigilante. O autor fugiu da cena do crime. 

O outro preso, que teve a identidade preservada devido a Lei de Abuso de Autoridade, disse que ficou sem entender o motivo dos disparos, já que Ozeias estava indo a delegacia apenas na condição, inicialmente, de testemunha. Ozeias Silveira de Moraes, autor do crime, morreu na quarta-feira (10). Segundo informações da polícia ele reagiu à abordagem, houve confronto, no qual ele foi baleado.

O crime causou extrema comoção nas redes sociais. No velório dos oficiais mortos, centenas de policiais prestaram condolências às famílias das vítimas. O caso foi registrado como homicídio qualificado, pela traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa do ofendido, agravado por ser contra autoria policial, como descrito nos artigos 142 a 144 da constituição federal. Como o caso envolve policiais, a investigação está sobre a responsabilidade da Corregedoria do órgão.

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