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Campo Grande, 26 de abril

Caminhoneiros estão insatisfeitos com veto ao pagamento do Auxílio Emergencial

Classe já mobiliza apoio entre ministros e membros do Congresso para convencer o presidente a alterar medida

Por Marcus Moura e Kelly Martins
23/05/2020 • 15h00
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Os caminhoneiros do Estado e do restante do Brasil não ficaram nada felizes com o veto do presidente Jair Bolsonaro ao pagamento do Auxílio Emergencial a categoria. Eles alegam que muitos profissionais fazem parte dos grupos de riscos, o que é comprovado por um levantamento realizado pelo Serviço Social do Transporte e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (SEST SENAT) no início do ano, em Três Lagoas.

O Estudo mostra que os motoristas de carreta e caminhão que circulam pela BR-262, rodovia que liga Três Lagoas a São Paulo, estão cada vez mais obesos e hipertensos. A cada 10 atendidos por profissionais da saúde, oito apresentam obesidade. Motoristas com pressão alta também chamam a atenção. São nove a cada 10 atendidos. Outro agravante registrado nas rodovias que cortam Três Lagoas é a diabetes. Ao menos 7% dos motoristas apresentaram sintomas. 

Em nota, a Associação Brasileira dos Veículos Automotores (Abrava) defende que o Governo Federal use R$ 18 milhões do programa Roda Bem Caminhoneiro seja usado para a aquisição de kits de teste para testar os caminhoneiros nas estradas brasileiras; Pagamento de auxílio emergencial para os caminhoneiros diagnosticados com covid-19, que não podem continuar trabalhando, e para o pagamento de um auxílio emergencial aos que estiverem no grupo de risco da doença, como idosos e doentes crônicos.

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Ainda segundo o documento, a associação ressalta que as medidas não surtirão em mais gastos ao Governo Federal porque os recursos já estão disponíveis. A Abrava enviou ao ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, que é responsável pelo pagamento, e ao titular da pasta da Infraestrutura, Tarcísio Gomes, um ofício pedindo que eles articulem uma mudança da negativa do pagamento com o presidente.

“ESQUECEU DA GENTE”
No Estado, o diretor do Sindicato dos Caminhoneiros de Mato Grosso do Sul (Sindicam) Roberto Sinai, disse que o presidente se esqueceu dos motoristas, que são um dos principais aliados do governo. “Tem que pagar o auxílio para os caminhoneiros. A maioria deles faz parte do grupo de risco e está sem poder trabalhar e sair de casa, as famílias estão sem sustento”, disse.

Sinai lembrou que devido a rotina de longas horas na boleia dos caminhões, os profissionais se tornam sedentários, o que abre caminho para diversas outras doenças oportunistas. “A gente não se exercita bem, não come bem, dorme muito pouco. Eu mesmo estou em casa porque sou idoso e não posso me expor ao coronavírus”, explica.

Ele ressalta que uma contaminação em massa dos caminhoneiros seria trágica para a economia brasileira. “Imagina se grande parte dos motoristas fica doente. Quem é que vai transportar alimentos, remédios, insumos e outros produtos? As pessoas esquecem a importância da gente para manter a comida na mesa e tudo funcionando normalmente”, finaliza. 

 

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