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Campo Grande, 19 de abril

ONU revela que 20% das mulheres não tem condições de manter higiene pessoal

“Cheguei a usar até pano pra tampar o fluxo”, diz Antônia Aparecida, sobre dificuldade no período menstrual

Por Thais Cintra
13/05/2021 • 14h30
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Vivendo em um terreno baldio na região da antiga rodoviária em Campo Grande, a moradora de rua Antônia Aparecida, conhecida como “Patrícia” (45), enfrenta dificuldade pela falta de recursos, e por estar em situação de vulnerabilidade, já que é dependente química e alcoólatra. Ela conta que já passou por sufoco nos dias de fluxo menstrual. “Ah, eu já usei até pano pra tampar o fluxo, tem dias que não tem jeito, ainda mais com esse frio”, afirmou. 

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Na região popularmente apelidada como “Cracolândia”, Patrícia divide a parte do lote com o companheiro, que assim como ela, também encara o vício em drogas. A moradora de rua diz que se envolveu com a prostituição desde muito nova, quando tinha apenas 14 anos, e o caminho fácil para ganhar dinheiro, foi porta de entrada para vivenciar experiências muito difíceis e dolorosas. 

Cãozinho Thor está com a moradora há 12 anos

Caozinho "Thor" acompanha Patrícia há 12 anos - Foto: Isabelly Melo 

“Rodei em tudo qual foi cidade, dançando em boates, fazendo programa pra ajudar minha mãe e sustentar meus filhos. Passei por muita coisa, cheguei a apanhar do meu ex-marido e acabei nessa vida”, relatou. Patrícia afirmou que recebe ajuda de algumas ongs e até da Secretaria de Assistência Social (SAS), com roupas e local para dormir, porém, gostaria mesmo é de uma oportunidade de trabalho para ter uma vida mais digna.    

Patrícia escreve poesia para

Moradora escreve poemas para driblar momentos de tristeza - Foto: Isabelly Melo 

Auxílio para mulheres em situação de risco 

Um projeto de Lei de autoria do deputado estadual Pedro kemp (PT), visa disponibilizar absorventes gratuitos na rede pública de saúde da capital. Segundo a  Organização Mundial da Saúde (ONU), a higiene menstrual é uma questão de saúde pública e de direitos humanos. Dados levantados em todo mundo, apontam que mais de 20% das mulheres não têm condições de arcar com os custos dos materiais de higiene para os períodos menstruais. 

O projeto de Kemp, prevê alteração da Lei Estadual 2.418, de 30 de janeiro de 2002, que dispõe sobre o fornecimento gratuito de preservativo feminino pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), acrescentando também a distribuição de "absorventes higiênicos". O parlamentar encaminhou a proposta à Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, para que a lei possa ser alterada e as mulheres beneficiadas. "

"Este é um assunto de grande relevância social para garantia dos direitos das mulheres. Isso vai evitar situações constrangedoras, quando a mulher não tiver condições de pagar por produtos de higiene pessoal", alegou. Conforme o texto, o fornecimento dos absorventes higiênicos e preservativos de que trata o artigo, destina-se a atender as mulheres usuárias dos serviços de saúde nos Programas de Atenção à Saúde da Mulher e de Prevenção e Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis, da Secretaria de Estado de Saúde.

Deputado estadual Pedro Kemp (PT) - Foto: Reprodução Alems 

 

 

 

 

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