RÁDIOS
Campo Grande, 19 de abril

Cortella diferenciou conflito de confronto entre gerações

Plateia sorriu e aplaudiu de pé filósofo após palestra na Capital

Por Gabi Couto/CBN
12/07/2019 • 21h50
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Uma plateia lotada de fãs e admiradores assistiu em silêncio cada palavra dita pelo filósofo Mário Sérgio Cortella, a principal atração do segundo ciclo de palestras do CBN em Ação. Além de falar sobre Conflito de Gerações ele fez reflexões sobre a vida, trabalho, família com exemplos práticos do cotidiano. 

"Nós somos contemporâneaos de todas as gerações que estão vivas, isso significa que a nossa contemporaneidade é compartilhada. A contemporaneidade que eu vivo aos 65 anos é diferente da que eu vivi com 50 anos."

Como professor ele acrescentou que teve vantagens para entender os filhos quando chegaram na idade dos alunos. "Essas novas gerações impactam muito, tal como a gente impactou nossos pais."

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Ele lembrou do dia em que gerou este sentimento ao pai. "Falei que ia fazer filosofia. E ele era bancário me questionou do que eu ia viver. Respondi que de filosofia. A segunda coisa que impactei ele foi ter deixado a barba crescer. Num passado não distante o uso da barba era proibido. No banco era proibido. Quando eu tinha 18 anos ele me encontrava na calçada. Seria estranho ele que orientava os funcionários a não ter barba,  ter um filho rebelde. A contemporaneidade nos levou a uma curiosidade, hoje estou na moda de novo."

Sobre conflitos ele ressaltou que é comum entre as gerações. "Eu vivi com meus pais vários conflitos, meus filhos viveram comigo vários conflitos. Mas nunca o confronto". O confilto segundo ele, gera debate e o confronto é uma tentativa de vencer a outra pessoa. 

Cortella ainda disse que é preciso ter cuidado com pessoas que concordam com suas opiniões o tempo todo. "Ou essa pessoa te respeita ou está preparando para derrubar. Gente que gosta de você te respeita, mas tenta te ajudar". 

Para o filósofo não dá para olhar as novas gerações como algo que seja ameaçador, mas sim como algo contributivo. "Que a gente seja capaz de respeitar a história e a trajetória de cada um. Há pessoas que tem um vicio muito perigoso de olhar novas gerações como um encargo, mas elas são um patrimônio. Essa geração não está pronta e nem nós". Por isso ele fez questão de mencionar um ingerdiente importante: a paciência. 

Segundo Cortella as gerações estão em ebulilção e o sucesso precisa ser sucedido. "A paciência é sinal de inteligência. A nova geração é muito imediatista, mas não nasceu assim". Ele lembrou que um dos sentidos da vida está na frase "A vaca não dá leite, tem que tirar". "Isso significa que não há êxito sem trabalho, a menos que seja livre, que se corrompa". 

Um dos conselhos para fazer a ponte e unir gerações com paciência é cozinhar juntos. "Um acaba ensinando o outro". A última reflexão do filósofo sobre a vida é 'fazer por merecer'. "Temos que ser gratos a toda a trajetória que se construiu e ser capaz de entender que você e eu temos que fazer por merecer, porque uma hora nós vamos partir."

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