RÁDIOS
Campo Grande, 20 de abril

Decreto do governo quer ajudar as cidades a melhorar isolamento social

Programa estadual vai analisar evolução da pandemia por regiões e por municipios para orientar prevenção

Por Guilherme Filho
27/06/2020 • 08h28
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Para garantir melhor controle das ações de combate à pandemia pelo Estado e pelos municípios, o governo baixou na sexta-feira (26) decreto criando o Programa de Saúde e Segurança da Economia e um comitê gestor que vai conduzir os trabalhos a partir de agora, presidido pelo secretário de governo, Eduardo Riedel. O principal objetivo é estabelecer indicadores de avaliação de risco para a população, por regiões e por cidades, considerando fatores como aumento dos casos de Covid-19, capacidade de atendimento do sistema de saúde, nível de isolamento social entre outros indicadores.

O comitê, a partir de agora, vai expedir recomendações aos prefeitos, com base em levantamentos técnicos e modelos matemáticos, visando evitar um colapso no sistema de atendimento. Foi o próprio governador quem alertou, ainda na quinta-feira que o combate à pandemia não pode ser politizado e que nem mesmo a campanha eleitoral deve impedir prefeitos de tomarem as medidas que venham ser apontadas como necessárias. O programa foi criado diante da iminência de um crescimento do número de casos da Covid-19 depois da flexibilização das normas de isolamento e quarentena que foram adotadas pela maioria dos municípios.
a campanha 

A proximidade da campanha eleitoral é o principal fator que está a dificultar a adoção de medidas que aumentem os índices de isolamento social. Depois das primeiras semanas de restrições, os municípios  iniciaram um processo de flexibilização usando como principal argumento o baixo índice de contaminação. Com poucos casos confirmados, não haveria necessidade de manter atividades econômicas suspensas. 

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Mas durante os últimos 30 dias os níveis de isolamento caíram da casa de 60% paa cerca de 35% considerando o conjunto das cidades. Ao mesmo tempo o número de casos da Covid-19 aumentou e vários focos surgiram, como os de Nioaque e Dourados, que se tornou o epicentro da pandemia no Estado. Essa realidade, contudo, não provocou reação contrário. Pressionados pelos diferentes segmentos da sociedade e próximos da campanha eleitoral, os prefeitos seguem liberando cada vez mais as atividades e, quando são levados a reagir, tomam medidas de pouco efeito, como  antecipar em duas horas o toque de recolher. 

Em Campo Grande, o prefeito Marquinhos Trad, por exemplo, candidato a reeleição, tem se movido levando em conta a campanha que se aproxima. Fechou o Terminal Rodoviário, para reabri-lo alguns dias depois, reduziu o toque de recolher mas só atua contra as concentrações e festas quando as denuncias chegam às redes sociais e já liberou até a prova de roupa nas lojas do comercio, falando sempre abertamente contra medidas mais drásticas, apesar do aumento do número de casos da Covid-19 e do nível de isolamento social ser cada vez menor. 

 

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