RÁDIOS
Campo Grande, 24 de abril

Espetinho com mandioca da Feira Central

Conheça um pouco mais da história da Feirona, que completa 95 anos em 2020

Por Paulo Machado/Isabelly Melo
07/05/2020 • 10h36
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A velha feira central de Campo Grande, a feirona como era chamada, coordenada pela comunidade Okinawa e que se consolidou durante anos na R. Padre João Crippa, trás boas lembranças de um tempo que ficou na memória, os jovens nascidos no final dos anos 90 não tem nem ideia do que estou falando.

Motivos para ela ter se mudado de endereço não faltavam: falta de espaço, alguns reclamavam da limpeza local. Também existia interesse imobiliário na região, mas o fato é que a nova feirona ganhou mais espaço e higiene. É bem verdade que acabou perdendo aquela bagunça, o ar daquelas feiras do Sudeste asiático que dava uma cara de exclusividade a nossa feira noturna de rua. Daí o saudosismo. 

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Passado todo este tempo a feira municipal está lá, e desde 2017 conta c/ o importante título de patrimônico cultural e imaterial de Campo Grande. Firme e forte, e mesmo em épocas de epidemia vem se reinventando. Bem, agora todos os restaurantes estão quebrando a cabeça para se reinventar né. Do uso do álcool gel em cada mesa até as máscaras e luvas para os garçons. 

Além de comprar hortifruti o motivo principal pra ir a feirona é comer sobá. Mas a Feira não existiria sem o espetinho de filé. Embora nem todas as vezes o corte seja o filé mignon, a iguaria sempre tem uma carne suculenta. Permeada de carne gorda, que chamamos de granito, essa peça é a ponta do peito do zebuíno, farta em gordura. O espetinho sempre vem acompanhado de mandioca cozida, servida com shoyu. 

Quando recebemos fumegante, juntamos a ela uma generosa porção de shoyu. Taí uma característica bem campo grandense pra se comer mandioca né. 

Em determinadas épocas do ano, especialmente quando chove muito, a mandioca torna-se "aguada", como se diz na região. Já em tempos de estiagem, a mandioca, por ser nova, cozinha rápido e fica muito macia. Na feirona, encontramos duas variedades dela: a ouro, bem amarelinha, e a branca, mais clara. Cada uma, em seu tempo, é muito macia e apreciada.

Em geral, os japoneses que moram em Campo Grande preparam um tempero para comer com a carne, que varia desde uma pasta de alho artesanal (ou industrializada) até o uso do miso, uma pasta de soja fermentada. Hummm, deu saudades do espetinho da Feira! 
Tradição que é a cara de Campo Grande.

Se quiser ver mais pratos e curiosidades da nossa gastronomia corre lá no nosso Instagram: @chefpaulomachado e @foodsafaris. Apure os sentidos e bom apetite.

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