Em entrevista à Rádio CBN Campo Grande o Secretário de Estado de Saúde, Geraldo Resende, falou sobre o atual cenário do novo coronavírus em Mato Grosso do Sul, que registrou dados alarmantes nesta semana.  

De acordo com a SES (Secretaria Estadual de Saúde), Mato Grosso do Sul bateu recorde no número de pessoas internadas nesta semana, além da confirmação da nova cepa da Covid-19 em um morador da cidade de Corumbá, cidades a 425km de Campo Grande. O corumbaense estava em Manaus e apresentou os primeiros sintomas em janeiro deste ano.

Na capital, alguns hospitais bateram o teto de internações com 100% dos leitos ocupados, entre pacientes positivos para o novo coronavírus e pacientes com outros diagnósticos.

Conforme o secretário, os apontamentos de que o Estado viveria um dos piores momentos da pandemia a partir de março estão se confirmando através do número de casos confirmados, de óbitos e da ocupação de leitos. “Acredito que neste momento nós estamos vivendo os piores dias da Covid-19 em Mato Grosso do Sul. Esse mês de março será o mês mais crítico da doença”, alertou Geraldo.

O aumento nos casos positivos, além da ata taxa de ocupação de leitos no Estado, segundo Geraldo, se dá por conta da ineficiência por parte do Governo Federal na compra de doses suficientes da vacina, garantindo a imunização de uma parcela maior da população.

Além da aglomeração causada pela população, classificada como cega e até mesmo descompromissada pelo secretário. “As pessoas teimaram durante um ano, de uma forma descompromissada pela vida. Não só da vida pessoal, mas dos seus familiares. Conduziram a pandemia como se fosse uma gripezinha, e a doença mostrou um comportamento agressivo, letal e hoje já temos mais de 260 mil brasileiros e brasileiras que foram a óbito”, desabafou o secretário.

Mato Grosso do Sul ultrapassou mais de três mil mortos pela Covid-19, com mais de 600 mil casos notificados e 185 mil pessoas positivas, ou seja, a cada 100 exames, 30 dão resultado positivo para a doença.

“Agora a presença de uma variante do vírus, que é muito mais agressiva, muito mais contagiosa e que também consegue acometer um número maior crianças e mulheres, principalmente mulheres grávidas”, afirmou Geraldo Resende.

O secretário disse que o atual cenário Estadual é ruim e que se medidas duras não forem tomadas, Mato Grosso do Sul viverá dias piores. “Os prefeitos e prefeitas precisam adotar de forma completa as definições do Programa Prosseguir, uma ferramenta importante, mas a concessão que fazem alguns prefeitos e prefeitas de Mato Grosso do Sul a grupo de pressões, faz com que tenhamos medidas restritivas muito frágeis, medidas que não tem impacto no combate a doença”, pontou Geraldo.