RÁDIOS
Campo Grande, 18 de abril

'Feminicídio tem a ver com sentimento de posse'

Pelo menos duas mulheres foram mortas a cada mês por questões de gênero no ano passado

Por Ronie Cruz
12/01/2019 • 09h48
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A mulher como objeto de posse do homem - um pensamento retrógrado que ainda permeia entre a sociedade. É o que pensa a advogada Dora Waldow, que integra a Comissão da Mulher Advogada da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), seccional Mato Grosso do Sul. Ela atribui a insistência da ideia machista no meio social ao aumento de casos de feminicídio no Estado.

Segundo dados apresentados nesta semana pela Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), pelo menos duas mulheres foram mortas a cada mês por questões de gênero no ano passado. Os casos de feminicídio no estado saltaram de 27 em 2017 para 31 em 2018 - o que representa um aumento de 14%. 
“Infelizmente é uma questão cultural. Alguns homens estão se achando cada vez mais no direito de cometer violência contra a mulher. Eles se acham no direito de ter a posse da mulher”, disse.

Na opinião da advogada, o poder público tem papel fundamental no combate ao feminicídio. “O Estado vem fazendo um trabalho muito bom, mas ainda falta aprimorar políticas públicas. Além disso, alguns juízes precisam avançar mais no entendimento do assunto”. 

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PALESTRAS

Na Casa da Mulher Brasileira, em Campo Grande, funciona o Centro de Recuperação para o Homem - departamento previsto na Lei Maria da Penha – local para onde agressores são encaminhados. 
“Os homens é que precisam mudar. Não as mulheres”, destacou Dora“Nós estamos desenvolvendo muitas palestras para que elas saibam que não se pode esperar chegar ao extremo. Seja a violência física, psicológica ou moral”.

Mato Grosso do Sul é o sexto Estado do País com a maior taxa de homicídios de mulheres: seis a cada  grupo de 100 mil habitantes, segundo o Atlas da Violência 2018, lançado pelo Instituto de Pesquisas Econômica Aplicada (Ipea) e Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

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