A série “Cenário Político CBN” desta semana entrevistou o presidente regional do PV, Marcelo Bluma. Entre outras afirmações, o presidente estadual do PV e candidato derrotado ao  governo do estado, em 2018, anunciou que é pré-candidato à Prefeitura de Campo Grande, ano que vem. Como apoio ao projeto do PV, convidou mulheres a participarem da política e criticou o governo federal por desmatamentos na Amazônia. “Uma irresponsabilidade”.

A eleição para o governo, ano passado, contribuiu para o amadurecimento do projeto do PV em 2020?

Eu acho que foi um processo importante para o PV, por vários motivos. Para mim, por popularizar ainda mais a minha imagem, porque mesmo tendo mandato de vereadores, ele [o PV] não consegue dar uma visibilidade plena. A eleição majoritária populariza. Foi importante também ter os debates, porque pudemos discutir propostas do partido. O terceiro aspecto, que eu acho que é fundamental, é aquela velha história de que quem não disputa o campeonato, não forma torcida. Hoje, o que nós percebemos em Campo Grande é que há uma procura muito interessante de pessoas, que desejam se filiar ao Partido Verde de Campo Grande para serem candidatos. 

Como o partido vai fazer para “atrair” mulheres para atuarem na política?

Vai ser um trabalho muito grande de sedução feminina para trazê-las para a política. Mulheres, o momento de disputar as eleições é 2022 porque a candidatura das mulheres terá obrigatoriamente uma estrutura financeira básica, em condição de fazer com que aumente a representatividade das mulheres. A Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul não tem nenhuma deputada estadual, o que é uma pena.

O sr. será candidato a prefeito de Campo Grande?

O PV definiu como estratégia para o ano que vem chapa completa, candidatura à prefeito no primeiro turno e chapa de vereadores. O nome que tem maior visibilidade hoje dentro do partido em Campo Grande é o meu. Então, eu sou pré-candidato à prefeito.

O PV terá pré-candidatos ao Executivo em outros municípios?

Nós teremos candidaturas próprias para prefeitura em seis ou sete municípios.

Vai ser muito difícil fazer uma eleição com o prefeito Marcos Trad como concorrente, no ano que vem?
Sempre os candidatos numa reeleição recebem uma tarefa difícil. A regra da reeleição, dificulta a disputa. Então, a gente não pode menosprezar isso. Eu até penso que a reeleição atrapalha um pouco a renovação política nacional. É preciso relembrar o eleitor que o segundo mandato é sempre pior. Se o primeiro não estiver muito bom, o segundo vai ser “chumbo”. O debate que nós faremos é discutindo política e não pessoas.  

Qual a sua opinião sobre o que está acontecendo na região?

Toda essa política estabelecida pelo governo atual com relação a questão ambiental, nós desde o primeiro momento nos posicionamos contra. Primeiro, sucatearam o Ministério do Meio Ambiente. O que acontece: as unidades de conservação, que são 12 no Brasil. Você tem o Parque Nacional, APA, Reserva Biológica. Elas existem para que essas áreas prestem serviços ambientais. Então, quando a gente pensa, por exemplo, na Amazônia, permitir que você desmate, que você queime a Amazônia, sem antes o Brasil ter feito um grande esforço para estudar a Amazônia, é uma irresponsabilidade. Quer dizer, nós tínhamos na verdade que ao invés de incentivar o desmatamento e a queimada na Amazônia, ter uma grande força tarefa de cientistas, de estudiosos desse país, lá fazendo pesquisa, mapeando a Amazônia para o benefício do povo brasileiro.