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Campo Grande, 26 de abril

Mesmo com recuperação, mercado do boi exige cautela

Segundo produtor, abertura de mercado, poder de compra da população e economia devem ditar rumo da pecuária

Por Giovanna Dauzacker/CBN
30/03/2020 • 13h25
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O cenário de incertezas na primeira quinzena de março, devido à pandemia do novo coronavírus, fez com que alguns frigoríficos optassem por saírem de mercado, encerrando as compras de boi gordo para analisar a situação. Isso, aliado à alta do dólar e à queda da bolsa, deixou incertezas na pecuária brasileira.

Nos primeiros dias de instabilidade, a cotação da arroba chegou a cair de R$190 para R$170 reais em algumas praças, no intervalo de uma semana, o que foi prejudicial para os pecuaristas que já vinham tendo custos elevados de produção.

Esse cenário permaneceu até terceira semana do mês, quando o mercado do boi gordo começou a ter uma recuperação. Segundo o pecuarista e médico veterinário, Pedro Fuentes, entre os dias 16 e 20 de março, a grande quantidade de carne vendida, devido ao medo da população em relação à pandemia, que fez com que algumas pessoas estocassem alimentos, acarretou na reabertura das compras das indútrias e elevou os preços da arroba para o patamar anterior.

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Agora, segundo o pecuarista, o que preocupa a classe é a incerteza das próximas semanas, já que, como algumas pessoas já estocaram a proteína animal na terceira semana do mês, elas não devem voltar a comprar tão cedo, o que pode acarretar no mercado abastecido, mas sem demanda.

Ele explica ainda, que o poder de compra da população, aliado ao rumo da economia e à abertura de mercado desta semana, devem ditar o futuro da pecuária. Para os produtores, o momento é de cautela.

Segundo a análise da Scot Consultoria, nesta semana, as escalas devem continuar curtas e o mercado estável, com possibilidades de preços melhores para o boi gordo, já que os pecuaristas ainda possuem possibilidade de manter o animal no pasto.

Exportações

As vendas para o exterior têm ajudado no escoamento da carne neste período. Segundo informações da Scot Consultoria, nas três primeiras semanas de março, o volume médio diário embarcado pelo país foi de 5,8 mil toneladas de carne bovina in natura. Caso continue nesse ritmo, o mês deve registrar volume recorde de exportação.

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