RÁDIOS
Campo Grande, 26 de abril

Pesquisadores ingleses visitam penitenciária de Campo Grande

Professores de criminologia da Universidade de Westminster estão percorrendo algumas penitenciárias do país e desenvolvendo estudos sobre as prisões brasileiras

Por Redação
13/05/2017 • 10h26
Compartilhar

Dois professores pesquisadores da Universidade de Westminster (Criminologia) de Londres, Sacha Darke e Andreas Aresti, visitaram esta semana o Estabelecimento Penal “Jair Ferreira de Carvalho (Penitenciária de Segurança Máxima de Campo Grande). Eles tem percorrido algumas penitenciárias no país, pois desenvolvem estudos sobre prisões brasileiras.

Os pesquisadores vieram à Capital participar do “Colóquio Internacional sobre Segurança Pública: Debate sobre o encarceramento”, provido esta semana pela Universidade Católica Dom Bosco (UCDB) e aproveitaram para conhecer a unidade prisional. A vista foi acompanhada por alunos de mestrado e graduação na área de Psicologia.

“Considero muito importante esse intercâmbio, nos trouxe informações preciosas e experiências que podem nos ajudar a desenvolver novos projetos”, declarou o diretor da penitenciária, Paulo Godoy, que conduziu os pesquisadores.

CBN: BANNER PRONCOR - DE 22.04.2024 A  06.05.2024
CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Os estudiosos percorreram diversos setores da unidade prisional, como as salas de aula, setor de saúde, fábrica de brinquedos pedagógicos e o pavilhão destinado a presos psiquiátricos. Na oportunidade, os pesquisadores ingleses conversaram com internos e servidores penitenciários e relataram algumas ações adotadas pelo sistema carcerário inglês.

Durante a visita à sala de aula do presídio, o pesquisador Andreas Aresti surpreendeu a todos com um depoimento emocionante sobre sua história de vida, revelando que esteve em situação de prisão na Inglaterra e que foi o estudo que o ajudou na mudança de sua vida.

Para a chefe da Divisão de Educação da Agepen, Rita de Cássia Argolo, que acompanhou a visita à escola da penitenciária, o depoimento foi muito importante para estimular os detentos a encararem o estudo como um importante meio de reinserção social.

Parceria

Conforme a professora doutora Andrea Cristina Coelho Scisleski, do Programa de Pós-graduação da Universidade católica Dom Bosco (UCDB), que coordenou a visitação, conhecer de perto a realidade do presídio é importante para quem realiza pesquisa na área. “Muitos trabalhos acadêmicos ficam na esfera teórica apenas. Isso não é um problema a meu ver. No entanto, se a proposta é trabalhar com população que se encontram em determinadas situações, como é o caso da população prisional, é fundamental que o pesquisador possa ter a experiência de estar fisicamente presente na instituição. Dessa forma, o objetivo da visita é poder ter essa experiência”, destacou.

Segundo a professora, a ideia é que essa experiência possa subsidiar questões de novos encaminhamentos à pesquisa e novos projetos. “Nesses novos projetos, há a pretensão de uma parceria com a instituição, mas que ainda precisam ser elaboradas estratégias em conjunto. Por isso, vamos seguir o contato com a direção”, explicou.

Andrea destacou, ainda, que é importante trabalhar o conceito de socialização não só com os apenados, mas com a sociedade, já que existe uma ideia de exclusão por parte dela. “Não se trata apenas de oferecer escolaridade ou de capacitar para o trabalho formal, o que evidentemente é indispensável, mas de evitar a reincidência”, disse. “Essa reincidência não é culpa apenas do preso, mas também da sociedade. Oferecer vagas de trabalho é importante, mas também é importante sensibilizar colegas e empregadores sobre preconceito, exclusão, etc.”, ressaltou.

Para a pesquisadora, a volta do preso para a prisão não torna a sociedade mais segura ou justa., mas sim a real vinculação desse preso no trabalho formal, na educação, etc. “É nesse sentido que entendo que devemos trabalhar juntos”, finalizou.

(Informações do Notícias MS)

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.

Mais de CBN Campo Grande