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Campo Grande, 18 de abril

Peste suína africana se alastra pelo mundo, Brasil reforça vigilância

País busca barrar eventual ingresso da doença que pode entrar através de produtos onde há contaminação

Por Éder Campos
19/09/2018 • 06h30
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O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) vai intensificar a vigilância nos aeroportos, portos e fronteiras do Brasil para evitar o ingresso da peste suína africana (PSA), que se alastra pelo Leste da Europa, Ásia, África e Rússia. Mês passado, o Japão registrou focos da forma clássica da doença.

Ontem, terça-feira (18), o Ministro da Agricultura Blairo Maggi esteve reunido com integrantes do Departamento de Saúde Animal (DSA) e determinou reforço na fiscalização feita pelos servidores do Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) e do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal (DIPOA) para evitar a entrada do vírus no Brasil.

A preocupação é de que alimentos e bagagens contaminadas, provenientes das áreas afetadas pela PSA, ingressem no país sem a devida fiscalização. A determinação é de que alimentos vindos dos países ondem foram detectados focos da doença sejam descartados de forma correta, ou seja, incinerados.

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O Ministro pediu à população que evite transportar alimentos provenientes dessas regiões e, aos produtores que a atenção seja redobrada quanto à sanidade do rebanho. Para o ministro, é preciso esforço conjunto do governo e da sociedade para evitar que o Brasil seja afetado por esse problema que vem acontecendo em várias partes do mundo.

Ao DIPOA foi enviado um ofício recomendando maior atenção a futuras emissões de autorização de importação de produtos que possam disseminar o vírus da doença, como rações para animais.

No Brasil, a PSA foi erradicada em 5 de dezembro de 1984 e o país foi declarado área livre da doença. Em relação aos animais vivos e material genético importados, é mantido o sistema de quarentena na Estação Quarentenária de Cananéia (EQC), em São Paulo, de onde só são liberados após a confirmação de sua sanidade.

A peste suína africana é uma doença viral, não oferece risco à saúde humana, não sendo transmitida ao homem, mas pode dizimar plantéis de suínos, sendo altamente infecciosa, o que exige o sacrifício dos animais, conforme determina a Organização Mundial de Saúde Animal (OIE). Os javalis também são atingidos. Não existe vacina para a PSA. O vírus é resistente, permanecendo nas fezes dos animais por até três meses e, em alimentos (produtos maturados), até nove meses.

Os sinais clínicos da PSA nos animais são febre alta (40 a 42 graus), hemorragia no nariz, orelhas, patas e abdômen, sangramento no reto, perda de apetite e depressão, além de problemas respiratórios. O período de incubação do vírus vai de cinco a 21 dias.

A transmissão nos suínos e javalis se dá por meio do contato direto com animais doentes, consumo de resíduos domésticos e comerciais infectados, pela contaminação em equipamentos, veículos, roupas e sapatos. O carrapato G. Ornithodoros também participa da disseminação da PSA.

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