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Campo Grande, 28 de março

Políticas públicas auxiliam no protagonismo de mulheres negras

Romilda Pizani reforça necessidade de debate para inserção dos negros na sociedade

Por Thais Cintra
21/07/2021 • 16h40
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Maju Coutinho, Nina Silva e Iza. Mulheres negras, empoderadas e que conquistaram representatividade no cenário brasileiro, cada qual com seu talento e força. A luta da mulher preta é pautada pela necessidade de debater políticas para a inserção do povo negro na sociedade, não só no Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, mas o ano todo. Segundo Romilda Pizani, coordenadora do Fórum Permanente das Entidades do Movimento Negro de MS, o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha (25), é marcado por reflexão e luta.

 “As mulheres negras são a pirâmide da sociedade, elas trazem consigo todas as dores e demandas atuais. No meio da comunicação, quando se liga a TV às 12h, ter uma mulher negra dando informações é muito significativo, fora os outros segmentos, quando você abre uma revista ou editorial de moda. A criança vendo isso é motivador. Temos sim mulheres que conseguiram se destacar, que são referência mas entendemos que precisamos e queremos mais”, explicou.

Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população negra no Brasil corresponde a maioria, 54%. De acordo com a Associação de Mujeres Afro, na América Latina e no Caribe, 200 milhões de pessoas se identificam como afrodescendentes. Porém, tanto no Brasil quanto fora dele, essa parcela populacional, principalmente as mulheres, também é a que mais sofre com violência.

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Romilda afirma que o sentimento de “querer mais” não se resume na superioridade do povo negro e estar à frente de outras etnias, mas na maneira de incluí-lo cada vez mais em lugares pouco acessados.  “Existem os dois lados da moeda. Tem as pessoas que estão ali desenvolvendo seu trabalho e, também tem o lado do capitalismo que usa a imagem da mulher negra para fazer propaganda e se auto promover.  Quando você olha na empresa, só encontra um ou outro funcionário”, explicou.

O Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha nasceu em 1992 em um encontro de mulheres negras em Santo Domingos, na República Dominicana. Elas definiram a data e criaram uma rede para pressionar a Organização das Nações Unidas (ONU), a assumir a luta contra as opressões de raça e gênero.

Segundo a coordenadora as referências negras precisas aumentar, mesmo diante do cenário positivo. "Essa data vem para alertar a população sobre os direitos das mulheres negras. Em relação ao avanço na luta, de duas décadas para cá, tivemos algumas evoluções e os avanços ainda passam pela educação. É visível o aumento de pessoas negras nas universidades, sendo grande parte mulheres, porém é necessário fazer mais”, destacou. Confira a entrevista completa:

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