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Campo Grande, 23 de abril

Santa Casa sofre com alta de até 100% nos preços de medicamentos e insumos

Com falta de anestésicos, hospital improvisa sedação com drogas alternativas para garantir atendimento mínimo

Por Marcus Moura
27/06/2020 • 08h34
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Os preços de materiais e remédios essenciais para o funcionamento de hospitais estão até 100% mais caros, em relação ao período anterior a pandemia, revela a diretora financeira da Santa Casa, Sandra Ortega. O pior de tudo é que além de mais caros, a falta no mercado fornecedor é generalizada.

Depois de sofrer sem recursos, o maior hospital do Mato Grosso do Sul se vê agora no meio de outra problemática: ter o dinheiro, mas não encontrar produtos disponíveis. “É uma situação generalizada, os hospitais mundo afora também enfrentam a mesma situação. A pandemia fez o consumo de medicados e insumos aumentar drasticamente e a indústria não está dando conta de suprir a necessidade”, afirma a diretora.

A anestesia é um dos medicamentos que já começa a faltar causando bastante preocupação, já que, sem anestésico, a intubação de pacientes fica comprometida. “A gente está na expectativa. Os fornecedores não dão prazo para conseguir reabastecer nosso estoque e como estamos falando de uma cadeia globalizada, os efeitos negativos vêm em ondas”, explica.
Segundo o superintendente médico hospitalar da Santa Casa, Luiz Alberto Hiroki Kanamura, drogas alternativas estão sendo usadas para sedar pacientes, situação longe do ideal, porém necessária. 

“A maior parte das substâncias usadas para produzir sedativos e anestésicos vem da China, que não dá conta de atender a demanda mundial. O grande problema em usar drogas alternativas são os efeitos colaterais, porém é o que dá para ser feito. Toda essa situação gera muita angústia”, diz o médico.

A Santa Casa ainda não tem nenhum paciente com COVID-19, porém está na retaguarda de outros hospitais.
Caso a situação piore, cerca de 140 leitos de enfermaria foram disponibilizados para atendimento. Entretanto, conforme revelado pelo Jornal do Povo há algumas semanas, a grande problemática da unidade é o recebimento de pacientes do interior. Com os hospitais de cidades pequenas voltados para atendimento aos infectados pelo vírus, a ocupação na Santa subiu chegando a 25% a mais que a capacidade.

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