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Campo Grande, 24 de abril

Tecnoagro se consolida como um dos mais importantes eventos do agro no país

Transferência de tecnologia foi o principal objetivo da feira realizada pela Fundação Chapadão dias 14 e 15 de março

Por Éder Campos
22/03/2018 • 11h20
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Não é o tamanho em metros quadrados ou quantidade de estandes que revelam a robustez da Tecnoagro, mas o conteúdo técnico e a presença das maiores empresas de insumos e agroquímicos do mundo. A produção científica e a consequente transferência dessas informações aos produtores rurais têm sido um trunfo para a Fundação Chapadão (Fcha) ganhar notoriedade. O evento se consolida como um dos maiores encontros da agricultura brasileira. A movimentação de produtores e negócios na Tecnoagro 2018 chamou a atenção de instituições financeiras que anunciaram o aumento de recursos para serem captados pelos agricultores através de financiamento. Juntos, Sicredi, Bradesco, Banco do Brasil e Caixa Econômica colocaram à disposição cerca de R$ 50 milhões para aquisição de máquinas e outros investimentos. “Isso demonstra confiança na Tecnoagro. Movimentamos algo em torno de 7 milhões de reais, não é muito, mas é essa disponibilidade de crédito que enaltece o nosso evento”, diz Edson Borges diretor executivo da Fcha.

Este ano, além das mostras que comumente são apresentadas na Tecnoagro para as culturas da soja e milho, foi anunciada a criação de um novo laboratório para pesquisas de solos. A gigante Bayer foi investidora com o objetivo de fomentar trabalhos de agricultura de precisão. "A parceria com a Fundação é muito positiva e este é mais um avanço que proporcionamos para a região. Um dos benefícios da criação desta infraestrutura, à medida que o laboratório estiver pronto, é que a Fundação passará a contar com o serviço de análise de solo, atendendo melhor os produtores do norte do Mato Grosso do Sul", afirma Rafael Barbiero, consultor de Desenvolvimento de Mercado da Bayer para o Cerrado e idealizador do projeto.

EQUIPE TÉCNICA

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O maior patrimônio da Fundação Chapadão é a equipe técnica. O efetivo de pesquisadores da entidade diversifica em vários segmentos dos estudos agronômicos: entomologia; fitopatologia; plantas daninhas; nutrição vegetal, fertilidade e biologia do solo; ecologia, fisiologia e práticas culturais. É essa diversidade de profissionais atuantes que aponta uma fundação comprometida e organizada para o desenvolvimento de pesquisas que impactam diretamente no aumento da produtividade da soja e do milho.

NOVA FRONTEIRA AGRÍCOLA

Um estudo realizado durante cinco safras, coordenado pelo engenheiro agrônomo e doutor em fitotecnia Jefferson Luiz Anselmo pesquisador da Fcha, colocou o Município de Paranaíba no circuito dos produtores de soja do Estado. Nesta safra 2017/18 foram plantados mil hectares do grão. Embora não muito expressiva, a área plantada, através da iniciativa, abre precedente para o crescimento da cultura na região.

CONTROLE DE PRAGAS E ROTAÇÃO DE CULTURAS

Trabalhos científicos no controle de pragas e plantas daninhas coordenados pelo pesquisador Germison Tomquelski mostraram como a mosca branca tem sido um grande mal para a produtividade da soja, feijão e algodão. Com alto potencial destrutivo leva a grandes quebras agrícolas pela transmissão de viroses com até 100% de prejuízos. “É uma praga que apresenta um ciclo muito rápido com alta taxa reprodutiva, o que leva a uma grande infestação. O monitoramento é muito importante para quebrar esse ciclo”, afirma Tomquelski.

A prática da rotação de culturas é tida como uma profilaxia para evitar perdas com o ataque dessas pragas de difícil controle naturalmente e ainda minimizar o máximo o uso de agroquímicos. Os nematóides estão nessa classe de doenças que baixam a produtividade dos grãos, pois interferem no desenvolvimento das plantas. No Mato Grosso do Sul há uma incidência recorrente de pratilencos, meloidogynes e o nematóide de cisto da soja, que podem ser controlados com a rotação.

A Fcha atua não só na região dos chapadões de Mato Grosso do Sul e Goiás. A entidade de pesquisas também dá suporte técnico para produtores do Pará e Mato Grosso, abrangendo uma área de 770 mil hectares nos quatro Estados com uma produção de grãos de 2.567.915 de toneladas e um rebanho de mais de um milhão de cabeças.

A Rádio CBN, emissora oficial do Agronegócio no Mato Grosso do Sul também marcou presença na TecnoAgro 2018. Foram veiculadas diversas reportagens, entrevistas e boletins durante os dois dias do evento.

 

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