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Campo Grande, 25 de abril

UFMS investiga vírus em imigrantes japoneses

Estudo está sendo realizado em São Paulo, estado com a maior população japonesa e Okinawana do país

Por Ronie Cruz
27/01/2018 • 08h46
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Um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul investiga o Vírus Linfotrópico de Células T Humanas (HTLV) entre imigrantes japoneses e seus descendentes. O HTLV é um vírus que afeta o sistema imunológico no corpo humano e pode atingir qualquer pessoa. A pesquisa tem apoio da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, Associação Okinawa Kenjin do Brasil, Fiocruz-MS e Ministério da Saúde.

O estudo está sendo realizado em São Paulo,  estado com a maior população japonesa e Okinawana do país. O objetivo dos estudiosos é conscientizar a população a respeito do vírus por meio do estudo científico. Além de diminuir o índice de novas infecções nas futuras gerações. “Como não há tratamento específico contra o vírus, a melhor forma atual para combatê-lo é evitar a transmissão para outras pessoas”, afirma a pesquisadora Larissa Melo Bandeira.

Em outra pesquisa realizada pela UFMS entre japoneses e descendentes em Campo Grande, foi encontrada a prevalência de 6,8% de infecção pelo HTLV. Segundo os pesquisadores, a taxa acima de 5% é considerada alta e indica que a prevalência da infecção se mantém alta na comunidade japonesa de Campo Grande, mesmo após quase 30 anos do primeiro estudo.

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No trabalho mais atual em São Paulo, as pessoas com resultado positivo para HTLV foram examinadas por neurologista, mas ninguém apresentou sinal de doença causada pelo vírus.

A forma mais comum de transmissão do vírus é por meio da amamentação, mas também ocorre por relação sexual - o que reforça a necessidade do uso de preservativo, conforme os pesquisadores.
No caso de mulheres portadoras do vírus que precisam amamentar, recomenda-se o uso de fórmulas lácteas para alimentar o bebê.

Conforme os pesquisadores, estudos recentes apontaram que a transmissão do vírus por transfusão de sangue praticamente não ocorre mais. Porém, pode haver contágio pelo compartilhamento de objetos contaminados como agulhas, seringas, barbeadores e materiais de manicure.

Registros apontam que o vírus chegou ao Brasil em 1908 após a vinda de um grande número de imigrantes japoneses da ilha de Okinawa, localizada na área considerada endêmica para a infecção pelo HTLV. Atualmente, o Brasil tem 2,5 milhões de portadores do vírus, sendo Salvador a região de maior prevalência no país.

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