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BC prevê preço da gasolina e do gás estável em 2009

A avaliação dos diretores do BC, que compõem o comitê, a respeito de um cenário mais favorável para a inflação doméstica não foi apenas retórica

Por Redação
29/01/2009 • 10h55
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 Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) manteve a projeção de estabilidade em 2009 para o preço da gasolina e do GLP (gás liquefeito de petróleo), ou gás de bujão. Foi mantida também a perspectiva de reajuste das tarifas de telefonia fixa e de eletricidade para este ano em 5% e 8,1%, respectivamente, de acordo com a ata da reunião do Copom realizada na semana passada, e divulgada hoje.

A avaliação dos diretores do BC, que compõem o comitê, a respeito de um cenário mais favorável para a inflação doméstica não foi apenas retórica. Segundo a ata, a projeção para a inflação em 2009, pelo cenário de referência, recuou em relação ao valor considerado na reunião do Copom de dezembro e se situa abaixo do valor central de 4,50% para a meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN). Vale destacar que, no cenário de referência, foram levadas em consideração a manutenção da taxa de câmbio em R$ 2,35 por dólar e da taxa Selic em 13,75% ao ano em todo o horizonte. Para 2010, a projeção de inflação, ainda segundo o cenário de referência, recuou em relação ao valor considerado no “Relatório de Inflação” de dezembro e se encontra “sensivelmente abaixo” do valor central de 4,50%.


O efeito da desaceleração global sobre a trajetória da inflação doméstica parece ser, até o momento, predominantemente benigno, na avaliação feita pelos diretores do BC. "O Copom enfatiza que o principal desafio da política monetária nesse contexto é garantir que os resultados favoráveis obtidos nos últimos anos sejam preservados", explicaram.


O comitê avaliou que a probabilidade de que pressões inflacionárias inicialmente localizadas venham a apresentar riscos para a trajetória da inflação diminuiu. Sobre o mesmo tema, o documento divulgado hoje destacou também que os membros do Copom enxergam, atualmente, um risco menor de repasse de preços do atacado para o varejo.


"Os sinais de acomodação da demanda doméstica e de moderação de pressões sobre o mercado de fatores, ainda que permaneçam sujeitos a incertezas, devem ensejar redução do risco de repasse de pressões altistas sobre preços no atacado (que, de resto, vêm mostrando deflação nos últimos meses) para os preços ao consumidor." Outro motivo citado no documento como argumento para esta avaliação é o de que o repasse depende "de forma crítica" das expectativas dos agentes econômicos para a inflação.


Ociosidade na indústria


A queda do uso da capacidade instalada da indústria "sinaliza sensível ampliação da margem de ociosidade da indústria", diz a ata do Copom. O BC destaca que o Nível de Utilização da Capacidade Instalada (Nuci) na indústria de transformação atingiu 81,3% em novembro de 2008, abaixo do patamar observado em outubro, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI) dessazonalizados pelo BC. Para a autoridade monetária, a queda do indicador "parece resultar de combinação da maturação de projetos de investimento com a acomodação da atividade".


No período de aumento dos preços visto até meados de 2008, o uso da capacidade instalada era um dos indicadores mais acompanhados pelos economistas para se verificar a possibilidade de surgimento de pressões inflacionárias geradas pelo descompasso entre demanda e oferta.

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