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ECONOMIA

Crise aumenta desemprego no campo

Outra conseqüência da crise - que teve início nos Estados Unidos - é a desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro

Por Redação
15/12/2008 • 14h34
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É evidente que a crise mundial tem afetado diversos segmentos da economia brasileira. O primeiro impacto já foi sentido com a drástica redução de crédito e a grande desvalorização do real. A queda no comércio de commodities e a elevação da taxa de juros dos créditos fazem com que a nossa economia se torne muito vulnerável à instabilidade externa.

Outra conseqüência da crise - que teve início nos Estados Unidos - é a desaceleração do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Isso porque, dois dos principais pilares de expansão da economia nos últimos anos – que são o consumo das famílias e o investimento das empresas – cresceram, justamente, pela farta oferta de crédito.

Com menos dinheiro, gasta-se menos, produz-se menos e o crescimento é menor. Prevê-se que as exportações do País também serão afetadas. Elas se reduzirão, pois, os países compradores estão se desaquecendo. Com menos dinheiro para comprar, a população passa a ter menor capacidade de consumir. O impacto da retração do consumo interno na geração de postos de trabalho é imediato.

Em momentos de crise os mercados tendem a se fechar, a se proteger. Este protecionismo dos países desenvolvidos, também, tem grande influência no aumento do índice de desemprego no setor do agronegócio no Brasil e em Goiás. Uma vez que inibi o aumento das exportações do setor e, conseqüentemente, a geração de empregos.

Dados do Ministério do Trabalho e Emprego, de outubro de 2008, confirmaram essa tendência. O saldo de oferta de postos de trabalho no setor agropecuário foi negativo no mês de outubro em Goiás, cerca de 3,3% a menos se comparado com o mês anterior. O total de funcionários desligados (8.224 pessoas) foi maior que o total de funcionários admitidos (5.333 pessoas), clara evidência dos reflexos do desaquecimento da economia no setor agropecuário.

Não só o Estado de Goiás - mas também outros Estados como Minas Gerais, Maranhão, Espírito Santo, São Paulo, Bahia, Pernambuco, dentre outros - considerados grandes produtores agropecuários, também passam pelo mesmo problema. Quando o nível de emprego cai, sobra mão-de-obra no mercado. Isso significa que para os próximos meses, pode ser que não haja aumento de salários. A população terá menor poder de compra, haverá menor consumo e a economia permanecerá em ritmo de desaceleração.

Os municípios que mais reduziram o nível de emprego em Goiás foram Goianésia, Cristalina e Morrinhos, com quedas de 15,25%, 5,14% e 2,65%, respectivamente. São regiões com grande peso na produção de cana-de-açúcar, soja, milho, feijão e tomate no estado. O crescimento do desemprego na agropecuária, também, já começa a afetar outros setores da economia.

Em 2009, o cenário que se vislumbra para o setor agropecuário não é dos melhores. Alguns sinais como a alta nos custos de produção, queda nos preços agropecuários aliados à falta de crédito, juros elevados e a redução das exportações do agronegócio são alguns dos aspectos que anunciam dias mais difíceis para o setor.

Diante desse quadro, é necessário que haja muita cautela na tomada de decisões, para que no próximo ano os produtores não incorram em maiores prejuízos e que se evite o colapso da agropecuária. É necessário que o governo dê a atenção que realmente o segmento necessita, pois trata-se do setor que mais emprega no País, com um efeito multiplicador imensurável de geração de postos de trabalho em outros segmentos.

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