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Desvalorização do real reduziu dívida pública em 2008

O câmbio colaborou para uma redução de R$ 98,2 bilhões na dívida líquida ao longo de 2008

Por Redação
28/01/2009 • 14h37
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A forte desvalorização do real em relação ao dólar, em 2008, ajudou a reduzir o tamanho da dívida líquida do setor público (União, estados, municípios, empresas estatais). O endividamento líquido caiu de R$ 1,150 trilhão no final de 2007 para R$ 1,069 trilhão em dezembro passado.

O câmbio colaborou para uma redução de R$ 98,2 bilhões na dívida líquida ao longo de 2008. No ano anterior, a cotação real frente ao dólar havia aumentado a dívida em R$ 29,3 bilhões.

No ano passado, o Banco Central tinha um volume expressivo de operações no mercado futuro de câmbio que foi beneficiado pela desvalorização da moeda brasileira. O setor público zerou seu endividamento líquido em moeda estrangeira nos últimos anos. Em crises financeiras anteriores, como as de 1999 e 2002, o governo sofreu perdas e teve uma elevação da dívida pública, porque possuía um grande volume de títulos públicos corrigidos pela variação cambial.

Graças ao efeito cambial e ao crescimento da economia, o indicador dívida líquida/Produto Interno Bruto (PIB) diminuiu mais significativamente em 2008 e atingiu o menor nível desde 1997. No ano passado, o endividamento líquido representou 36% do PIB (soma de todas as riquezas produzidas pelo país). Esse número era de 42% em dezembro de 2007.

Os números foram apresentados pelo chefe do Departamento Econômico do BC, Altamir Lopes, ao divulgar o relatório de Política Fiscal de dezembro último. Ele ressaltou que 2008 foi o quinto ano consecutivo de redução da relação dívida líquida/PIB, impulsionada em grande parte, segundo ele, pela valorização do dólar ante o real, no acumulado do ano, que chegou a 32%. O dólar saltou de uma cotação de R$ 1,60 para R$ 2,30, entre agosto e dezembro de 2008.

Também contribuiu para a queda da relação dívida/PIB o superávit primário (economia para pagamento dos juros da dívida) de R$ 118 bilhões. Em sentido contrário, o pagamento de R$ 162,3 bilhões de juros referentes aos títulos públicos  pressionou para cima a relação dívida/PIB em 5,5 pontos percentuais.

O relatório do BC registrou crescimento, porém, da dívida bruta do Governo Geral, que considera os três níveis de governo mais o Instituto Nacional de Seguro Social (INSS). A dívida bruta atingiu em dezembro R$ 1,740 trilhão, equivalente a 58,6% do PIB, ou a 2,2 pontos percentuais acima da dívida bruta de dezembro de 2007, quando era de R$ 1,542 trilhão (56,4% do PIB daquele ano).

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