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Mantega assegura "não estamos fazendo estatização de bancos"

Ele destacou que no modelo do negócio acertado o Votorantim continuará sendo privado

Por Redação
09/01/2009 • 13h23
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O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou que o Banco do Brasil vai compartilhar a gestão com o Banco Votorantim, mantendo o modelo de gestão deste último. Ele disse que o executivo-chefe (CEO) da nova instituição será Wilson Masao.

Mantega classificou de bobagem as avaliações de que o governo quer estatizar bancos. "Não estamos fazendo estatização." Ele destacou que no modelo do negócio acertado o Votorantim continuará sendo privado. O ministro disse também que a equipe do Votorantim é eficiente e vai continuar e previu que os números do Banco Votorantim mostrarão lucro em 2008 e "certamente em 2009".


O ministro disse que, no negócio, se buscou a arquitetura mais eficiente e que, com a expertise do Votorantim no financiamento de bens duráveis, era melhor que o banco permanecesse privado. Como o BB não tinha uma atuação muito forte neste segmento, haverá uma sinergia, complementação entre as duas instituições. Por isso, ele destacou que não haverá demissões. "O Votorantim traz algo que o BB não tem e vice-versa."

Lima Neto

O presidente do BB, Antonio Lima Neto, disse que "a placa BB está se juntando a uma grande placa nacional, que é o Votorantim". Segundo ele, como o Votorantim tem forte presença no financiamento de bens duráveis, o negócio vai fazer com que o portfólio de negócios do BB fique mais equilibrado.

Ele contou que, com a desistência da parceria com o banco sul-africano First Rand Bank, voltada para financiamento de veículos, o BB começou a negociar com o Votorantim. Segundo ele, o Votorantim é sólido e tem excelente gestão e disse que o BB, que já é líder no crédito, com R$ 230 bilhões, aumentará ainda mais a sua presença.

José Ermírio

O acionista do banco Votorantim José Ermírio de Moraes Neto disse que são dois grandes bancos que se unem: o BB, com 200 anos e o Votorantim, completando 90 anos. "São quase 300 anos contribuindo para o desenvolvimento do País", disse.

Ele destacou que esse é um processo de sinergia e comparou o negócio a um casamento. Para um casamento dar certo, é preciso discutir muito onde se quer chegar no curto, médio e longo prazos. Segundo ele, foi isso o que foi feito nas negociações que levaram ao acordo.

O Conselho de Administração terá três membros do Banco do Brasil e três do Votorantim. Ele destacou a importância do modelo de gestão do Votorantim que, na sua avaliação, tem obtido grande sucesso.

Masao

O futuro CEO do novo Banco Votorantim após a associação com o Banco do Brasil, Wilson Masao, previu que a instituição vai crescer ainda mais rápido com a parceria anunciada hoje. Segundo ele, o acordo tem forte lógica de negócios porque posiciona os bancos para um crescimento futuro e preserva o modelo de negócios do Votorantim.

Segundo ele, ao longo dos anos o Banco Votorantim recebeu inúmeras ofertas de parcerias e aquisição, mas nenhuma delas se mostrou atraente. Ele disse que o negócio aconteceu num momento oportuno, com uma "grande janela para o crescimento nesse novo contexto em que o sistema bancário está mais concentrado e em que há mudanças no modelo de captação de recursos no Brasil e no mundo".

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