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Usina da Cargill em Três Lagoas inicia produção de biodiesel

Cerca de 25% da soja utilizada na produção em escala comercial serão adquiridos de agricultores familiares

Por Redação
22/08/2012 • 14h26
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A usina da Cargill em Três Lagoas iniciou nesta terça-feira, 21, a produção de biodiesel em escala comercial. Instalada ao lado da indústria de esmagamento no Distrito Industrial 1, no Jupiá, a usina terá capacidade de produzir até 700 mil litros de biocombustível por dia (200 mil toneladas/ano, correspondente a 252 milhões de litros/ano). Nessa primeira fase a produção será de 120 mil litros. A multinacional americana é a maior empresa de agronegócios do mundo e a segunda maior exportadora do setor no Brasil. Foram investidos R$ 130 milhões na usina de biocombustível.

Segundo Elcio de Angelis, gerente de biodiesel da companhia no Brasil, cerca de 25% da soja a ser utilizada na produção do biodiesel serão adquiridos de pequenos agricultores, dentro da política de aprimoramento da relação da subsidiária com os produtores, por meio de preços diferenciados e assistência técnica dentro dos parâmetros determinados por Instrução Normativa do Ministério do Desenvolvimento Agrário, em que se enquadram a agricultura familiar.

A rede de fornecedores chega a 1.100 pequenos produtores, que recebem toda a assistência técnica. “Parte da compra de soja está sendo feita de pequenas propriedades agrícolas, baseadas na agricultura familiar”, disse Elcio de Angelis.

A compra de matéria-prima de agricultores familiares vai permitir à Cargill obter o Selo Combustível Social. A empresa, que já produz em Três Lagoas óleo comestível me farelo de soja, adquire grãos de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Goiás, Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

MERCADO

Segundo Max Slivnik, diretor comercial para mercado interno da unidade de negócio de grãos e processamento de soja da Cargill no país, a unidade de Três Lagoas terá uma das respostas mais rápidas ao investimento, em razão da logística e localização, na confluência dos principais centros consumidores de combustíveis (regiões Sul e Sudeste). Para o escoamento da produção, a Cargill vai utilizar três modais – ferroviário, rodoviário e hidroviário.

O anúncio da construção do terminal intermodal em Três Lagoas dá à Cargill perspectiva de chegar à sua produção máxima, segundo os executivos da companhia, destacando que a localização de Três Lagoas foi determinante para o investimento na planta de biocombustível. A empresa atua na comercialização do grão, além da produção de farelo, óleos, gorduras e óleos industriais e lubrificantes. Atualmente, a Cargill atuya no segmento de biodiesel nos Estados Unidos, Bélgica, Alemanha e Argentina.

De acordo com Max Slivnik, diretor comercial da subsidiária, o mercado de biodiesel está em expansão no país. Em 2006, a produção em escala industrial era praticamente zero; em 2011, chegou a um total de mais de 2,5 milhões de metros cúbicos.

O aumento se deve à mistura obrigatória de 5% de biodiesel em todo óleo diesel distribuído no país, adição que origina um composto conhecido como B5, e já existem discussões para elevar esse percentual para B10 ou B20 em regiões metropolitanas. Mesmo que o nível de mistura obrigatória permaneça inalterado, o consumo de biodiesel cresce junto com o aumento do consumo do diesel, consumo este que está diretamente ligado ao crescimento da economia no país.

PERFIL DA CARGILL

A Cargill produz e comercializa internacionalmente produtos e serviços alimentícios, agrícolas, financeiros e industriais. Fundada em 1865, a companhia emprega 140 mil funcionários em 65 países. No Brasil desde 1965, a Cargill tem sua origem no campo, a partir das atividades agrícolas, e hoje constitui uma das maiores indústrias de alimentos do País. Com sede em São Paulo, a empresa está presente em 18 Estados brasileiros por meio de unidades industriais e escritórios em cerca de 130 municípios e mais de 8 mil funcionários.
 

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