A Andes Nacional, comando de greve das universidades federais, vai tentar cassar a liminar que determina que os professores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) voltem a dar aula até as 12h de quinta-feira. A decisão foi tomada ontem, durante assembleia com a classe realizada no campus I da UFMS do município. Trinta professores universitários participaram da reunião.
De acordo com Lourival Santos, professor de história e coordenador do setor de comunicação do comando de greve, só ontem o setor jurídico da Andes teve acesso ao processo. “Estamos com muitas dúvidas, por isso fica difícil retornar à universidade”, explicou. Santos alegou ainda que não existem alunos matriculados na UFMS. “Não temos para quem dar aulas. As matrículas foram suspensas e ainda não há uma data para os estudantes fazê-las”, completou.
Mesmo assim, José Antônio Menoni, professor e diretor na UFMS, convocou os professores para que retornem na quinta, conforme manda a liminar. “Estamos dispostos a cumprir essa decisão desde que possamos entendê-la. Por enquanto, é impossível retornamos”, disse. Amanhã pela manhã, a classe reúne-se novamente com representantes da Andes para saber qual decisão deve ser tomada. “O jurídico vai nos orientar se devemos ou não retomar as atividades”, destacou.
Na edição de terça-feira (4), os professores alegaram ao Jornal do Povo que estavam dispostos a cumprir a liminar, porém, após tomarem conhecimento do conteúdo do processo, eles optaram por manter a greve, que já dura quase três meses.
LIMINAR
O Ministério Público Federal defende que 424 alunos, que cursam os dois últimos semestres em dez cursos oferecidos pela instituição, estariam sendo prejudicados pela greve. Porém, segundo Santos, no campus de Três Lagoas não existem alunos cursando o último ano.
