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Inter conquista a Sul-Americana, último título que faltava

Colorado perde para o Estudiantes no tempo normal, vence por 1 a 0 na prorrogação com um gol de Nilmar no Beira-Rio e é campeão

Por Redação
04/12/2008 • 08h15
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As taças da Libertadores, do Mundial e da Recopa que dêem um jeito de arranjar espaço para uma nova vizinha no Beira-Rio, porque o Inter é o primeiro brasileiro a conquistar a Copa Sul-Americana. Em um jogo mais complicado do que previam os colorados, a equipe de Tite empatou por 1 a 1 com o Estudiantes no Gigante e pôde levantar o caneco graças ao resultado do primeiro duelo, a vitória por 1 a 0 em La Plata. Nilmar, aos oito minutos do segundo tempo da prorrogação, marcou o gol do título.

A conquista fecha o ciclo de conquistas gringas iniciado em 2006. O Inter é o único clube do Brasil que pode se orgulhar de ter todos os canecos estrangeiros atualmente em disputa à disposição. Em todo o continente, é uma façanha alcançada também pelo Boca Juniors. E ninguém mais.

Erros do time e polêmica com o árbitro

O Inter não foi bem no primeiro tempo. Foi um tal de toquezinho de letra para um lado, passe de calcanhar para outro. De efetivo, quase nada. Faltou jogar simples. O resultado foi uma equipe que até teve o controle de bola em boa parte do primeiro período, mas não conseguiu ameaçar o Estudiantes como gostaria. Aos poucos, os argentinos começaram a gostar do que acontecia em campo. O Inter, prejudicado pela ausência de Guiñazu, chegou a ser ameaçado.

É bem verdade que o 0 a 0 servia aos gaúchos, mas ficou no ar um sentimento de preocupação. A torcida, geralmente inflamada, por vezes silenciou, apreensiva. Alex, muito bem marcado, não conseguiu produzir no ritmo habitual. Todas as jogadas passaram por D´Alessandro, que raras vezes perdeu as disputas com os compatriotas. Só faltou ser mais conclusivo.

A primeira chance do jogo foi de "El Cabezón", logo com quatro minutos. O argentino chutou por cima do gol de Andújar. Aos 22, a arbitragem poderia ter marcado pênalti para o Inter. Em bela jogada de Bolívar pela direita, Alayes, com o braço aberto, cortou a bola dentro da área. Jorge Larrionda, porém, interpretou o lance como normal e assinalou apenas o escanteio, frustrando os colorados, que pediam o pênalti.

Mas o Estudiantes tem mais a reclamar. Boselli, com 32 minutos, apareceu livre e em posição legal para marcar de cabeça. A arbitragem anulou. Jorge Larrionda desta vez atendeu a marcação do auxiliar, que assinalou impedimento de um jogador que não participara efetivamente do lance.

Mesmo um pouco carente no setor ofensivo, o Inter teve a melhor chance da etapa inicial. Foi nos minutos finais do período, quando o time conseguiu controlar melhor o Estudiantes. Alex avançou pelo meio e rolou para Nilmar, que acionou D´Alessandro. A bola foi recuada para Andrezinho, de boa atuação. Ele mirou o canto e bateu colocado. A bola desviou na zaga e quase enganou o goleiro argentino, que se viu obrigado a praticar uma defesa impressionante.
 
Estudiantes pressiona
O Inter voltou para o segundo tempo empurrado pela torcida colorada, que decidiu de vez empurrar o time. No primeiro ataque, aos 14 segundos, triangulação de Nilmar, Alex e Andrezinho, que chegou bem pela esquerda, mas chutou à direita de Andújar.

O Estudiantes, por sua vez, parecia nervoso em campo. Foram dois cartões amarelos antes dos oito minutos. Mas aos poucos, o time argentino foi se acalmando. E insistia em levantar bolas na área em cobranças de falta. Em uma delas, aos 20, Benítez bateu da esquerda, a defesa ficou parada, e Alayes, na segunda trave, bateu forte para fazer 1 a 0.

O gol ratificou a confiança que o time argentino mostrava na partida. Com 25 minutos, Veron tocou para Perez na área. Após desarme da defesa colorada, a bola sobrou para Calderón girar e chutar. A finalização foi desviada novamente pelos jogadores do Inter, e o Estudiantes ficou apenas com o escanteio.

Sem ver o seu camisa 10 repetindo as boas atuações das partidas passadas, Tite decidiu tirar Alex de campo. Taison ganhou oportunidade. O panorama, entretanto, não mudou. O Estudiantes continuou mais perigoso, principalmente com as investidas de Angeleri pela direita.

Aos 44, o lateral-direito argentino deu mais um susto na torcida do Inter. Matou no peito dentro da área e soltou a bomba de pé esquerdo. Lauro só ficou olhando a bola passar à sua direita.

No minuto seguinte, boa chance para o Inter. Nilmar foi lançado em boas condições, mas foi derrubado por Alayes pouco antes de entrar na área. A torcida pediu pênalti, os jogadores do Inter também. Agenor, goleiro reserva, foi expulso por reclamação. Foi o último ato do tempo regulamentar.
 
Nilmar marca o gol do título

Se Alex foi sacado por Tite, a mesma situação aconteceu do outro lado. Verón, destaque do Estudiantes, teve que deixar o jogo após sentir uma contusão. Foi no comecinho da prorrogação. O Inter já dava sinais de melhora e quase marcou aos 12 minutos. Depois de um bate-rebate incrível, que teve mais de 11 toques entre chutões sem direção e tentativas de recuperar a bola, Bolívar bateu cruzado , obrigando Andújar a espalmar para o lado.

O Inter continuou no campo de ataque no segundo tempo da prorrogação. Aos seis minutos, D´Alessandro fintou o marcador e cruzou na segunda trave. Com Andújar já batido, Angeleri colocou para escanteio.

A insistência colorada foi recompensada dois minutos depois. Danny Morais cabeceou para grande defesa de Andújar. A bola bateu no travessão e voltou para Gustavo Nery. O lateral bateu cruzado, Nilmar se embolou com a zaga na pequena área para empurrar para a rede. Gol do Inter, gol do título!
 

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