RÁDIOS
Três Lagoas, 19 de abril

Ranking põe 2,5 mil famílias em linha de extrema pobreza em Três Lagoas

Ao todo, cidade tem 5,2 mil famílias consideradas de baixa renda, que sobrevivem com dinheiro do programa Bolsa Família

Por Ana Cristina Santos
11/11/2017 • 06h40
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Dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDS), divulgados nesta semana pela Secretaria Municipal de Assistência Social de Três Lagoas, revelam que a cidade tem, hoje, 2.485 famílias - cerca de 7 mil pessoas - em situação de extrema pobreza, a pior classificação de um ranking elaborado pelo Banco Mundial, usado como base pelo governo. Essas pessoas fazem parte de um grupo maior, com 5.211 famílias de baixa renda, incluídas no programa Bolsa Família, do governo federal.

De acordo com o Banco Mundial, famílias em extrema pobreza têm renda per capita de R$ 85,00. Na cidade, famílias atendidas pelo programa recebem benefícios com valor médio de R$ 173,70 por mês. Até outubro, o governo federal repassou R$ 905,1 mil por meio do programa em Três Lagoas.

De acordo com a secretária da pasta, Vera Helena Arcioli Pinho, famílias cadastradas nos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) receberão cestas de alimentos, na campanha Natal Solidário, lançada nesta semana. A arrecadação de doações será feita em órgãos públicos, entidades e em empresas. A distribuição está prevista para o período de 15 a 20 de dezembro, com encerramento no ginásio Poliesportivo. Também haverá entrega de brinquedos a crianças. 

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POBREZA
Em uma análise dos dados, o prefeito Ângelo Guerreiro (PSDB) apontou possíveis causas. “Infelizmente existem muitas pessoas carentes em Três Lagoas. É reflexo do desemprego que assola o país, e que não é diferente na cidade”, disse. 

A industrialização e ofertas de emprego, segundo o prefeito, contribuem para a chegada de novas famílias ao município. Em postura diferente da de outras administrações, Guerreiro disse que não se pode “maquiar dados”, e que a realidade de Três Lagoas - embora privilegiada com a instalação de grandes indústrias - é igual a de outros municípios. “Não podemos dizer que não temos desemprego. Temos sim! Se dissermos que não, certamente vamos criar expectativa a pessoas de outras cidades que virão para cá”, disse o prefeito.

BICOS  
Mãe de cinco crianças, Márcia Vicente Cardoso, está na lista dos beneficiários do Bolsa Família. Como desempregada, ela recebe R$ 280 por mês.  O marido faz “bicos”. “A gente só compra o básico, arroz, feijão, um leite...”, disse.

Sônia Pires dos Santos, também desempregada e mãe de duas crianças, sobrevive apenas com o que recebe do governo federal, hoje, R$ 329. O marido dela também faz serviços temporários. 

Ela e o marido fazem parte das 146 famílias que ergueram barracos uma área do loteamento Jardim Primavera, porque alegam não ter condições de pagar aluguel.

Praticamente na mesma situação de Márcia Vicente, Sônia afirmou que é “puxado” sobreviver apenas com o que recebe do programa e que o dinheiro só dá para o alimento da família. “[Uso o dinheiro] para o arroz, o feijão e uma mistura. O gás só quando o dinheiro dá”, disse a desempregada, que prepara a comida da família um fogão a lenha construído perto do barraco.

Sônia Pires dos Santos, também desempregada e mãe de duas crianças, sobrevive apenas com o que recebe do governo federal, hoje, R$ 329

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