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Saiba quem foi o três-lagoense que fez o 'Imperador' se aventurar nos EUA

Cria de Três Lagoas, Henrique Souza foi o grande responsável por convecer o atacante Adriano a atuar no Miami United

Por Jonas Turolla
08/04/2017 • 10h08
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O acerto do atacante Adriano 'Imperador' com o modesto Miami United, dos Estados Unidos, no início do ano passado, pegou o mundo inteiro de surpresa. Afinal, o retorno do craque aos gramados era considerado improvável naquele momento - ainda mais para um clube inexpressivo no cenário mundial. O que poucos sabem (ou que quase ninguém sabe), é que o grande responsável por essa façanha é cria de Três Lagoas.

Nascido em Foz do Iguaçu/PR, mas criado em Três Lagoas, o ex-jogador Henrique Souza era, na época, o gerente de futebol do Miami United, clube que disputa a NPSL (liga equivalente à quarta divisão dos Estados Unidos, em termos de força). Dentre as suas atribuições naquele momento, negociar com o 'Imperador' foi, de longe, a mais complicada e a mais gratificante. "Foram quatro meses de negociação bem delicada. Meses árduos de trabalho. Metade do clube (ações) para ele, 50% da renda com patrocínio era tudo para ele também... mas a imagem dele ajudou muito o clube. Foi bacana", contou. 

A passagem do jogador, no entanto, durou pouco. Aproximadamente três meses entre apresentação, 'pré-temporada' e jogos oficiais. Ou melhor, jogo oficial. No singular mesmo. Apresentado no dia 10 de março, Adriano só entrou em campo uma vez em partidas oficiais - no dia 1º de maio, na derrota por 5 a 0 para o Miami Fusion. Apesar da frustração com o pouco apresentado pelo 'Imperador' dentro de campo, para Henrique, o negócio foi bem-sucedido. 

"Para mim, (o Adriano) foi um sucesso. Se foi um fiasco para o torcedor, aí depende, mas na minha opinião foi um sucesso. Infelizmente, ele não tem mais aquela gana de jogar, não precisa mais, né. Cumprimos tudo com ele, ele cumpriu com a gente, só que ele não se adaptou e não quis ficar", explicou.

Nos Estados Unidos, os campeonatos de 'soccer' não contam com acesso e descenso. Na MLS (principal liga do país), por exemplo, qualquer cidade pode ter a sua franquia desde que haja interesse, dinheiro e aprovação da liga. Caso de Miami, que deve contar com um time na MLS nos próximos anos e que, segundo Henrique, pode ser o United. 

"Miami já tem uma franquia na MLS, que é a do Beckham. Ele sempre andou flertando com a gente, mas existe muita burocracia aqui. Para estádio, para conseguir áreas... só a franquia custa US$ 100 mi. Mas a cidade tem tudo para estar, em 2022, na MLS, e acredito que o Miami United estará lá. Miami precisa de um clube na liga", frisou.

Antes de se aventurar na terra do Tio Sam como gerente de futebol, o três-lagoense chegou a defender times como PSTC, Galo Maringá, Juventude, Botafogo e Marítimo, de Portugal. Uma grave lesão no joelho, no entanto, acabou mudando a sua trajetória no futebol. "Depois disso, o diretor de futebol do Marítimo me enviou para Miami, onde abri uma escolinha de futebol do clube e comecei a trabalhar como scout para eles. Foi quando eu conheci o presidente do Miami United, em um jantar", disse.

Aos 26 anos, Henrique Souza atua, hoje, apenas como scout (trabalho de observação e análise estatística de jogadores) no clube da Flórida, mas avisa: segue conversando com grandes jogadores. "Kléberson é meu irmão e o time dele (Fort Lauderdale Strikers) praticamente faliu...", indicou.

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