Sem estádio, sem time. O drama do Misto Esporte Clube, iniciado em abril de 2016 com o rebaixamento para a Série B do Campeonato Sul-mato-grossense, parece não ter fim. Às vésperas do início do Segundona de 2017, a equipe de Três Lagoas ainda não tem um time.

De acordo com a diretoria do clube, faltam alvarás de liberação do estádio Madrugadão. Sem os documentos, é impossível disputar partidas oficiais no local e, sem essa liberação, é inviável financeiramente montar uma equipe para ficar só treinando à espera de uma definição. Enquanto isso, o tempo fica mais curto: o prazo para inscrição no torneio já se esgotou.

Na segunda-feira (23), o presidente da Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul, Francisco Cezário de Oliveira, deverá participar de uma reunião, em Três Lagoas, que pode definir o destino do Misto.

De acordo com o presidente do time, Gérson de Souza, a responsabilidade pela indefinição é da Prefeitura de Três Lagoas. Segundo ele, em março, a direção do clube protocolou na Secretaria Municipal de Esportes, Juventude e Lazer (Sejuvel) pedidos de laudos e a cedência do estádio, que é municipal. Até agora, nenhum deles foi recebido. “São quatro laudos, dos Bombeiros, da Polícia Militar, de engenharia e da Vigilância Sanitária. Teríamos que entregar esses laudos na quarta-feira (18). Corremos o risco de não conseguir disputar a competição”, disse Gérson.

Fora do prazo, o clube estuda alternativas. Existe a possibilidade de jogar em Dourados ou em Nova Andradina, cidades dos adversários na Série B. Também há a chance de jogar no Madrugadão com portões fechados.

Em nota emitida ontem à tarde, a prefeitura informou que "a parte estrutural e de segurança do estádio foi totalmente colocada em dia, aguardando apenas as vistorias da Vigilância Sanitária. No entanto, após o temporal da última quinta-feira (19), que resultou na queda de um muro e das coberturas dos bancos de reservas, novos estudos serão feitos para reabilitar o local para as práticas esportivas".

O TIME?
A previsão era que o elenco fosse apresentado em setembro. "Não tenho como trazer jogadores de fora e manter aqui sem saber se vão jogar", alega. Para o ex-presidente do Misto, Antônio Carlos Teixeira, é possível montar uma equipe com jogadores da cidade. "Podemos competir com atletas daqui, sem problemas. Nossos adversários vão competir com jogadores das categorias de base."