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Mato Grosso do Sul, 26 de abril

E a UFN3?

Leia o Editorial do Jornal do Povo, publicado na edição que circula neste sábado (12)

Por Redação
12/08/2017 • 08h53
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Nos últimos dias a classe empresarial, política, a imprensa e a população, focaram as atenções para as negociações envolvendo a venda da fábrica da Eldorado Brasil de Três Lagoas. O negócio, de proporções bilionárias tem causado apreensão e muita incerteza principalmente nos trabalhadores da companhia que ainda é controlada pelos irmãos Batista. A julgar pela oferta inicial de R$ 14 bilhões, é provável que a disputa envolvendo diversas empresas interessadas no negócio, force uma alta no valor final da Eldorado. 
Até agora muito se ouviu falar da Arauco, empresa chilena com forte atuação no setor de celulose. Os chilenos tiveram 45 dias para avaliar ativos, passivos e puderam conhecer por dentro a estrutura da fábrica, assim como seu ativo florestal. Mas os investidores sulamericanos não estão sozinhos nesse leilão.

Um conglomerado asiático acaba de manifestar interesse em aportar recursos e disputar o controle da Eldorado. Trata-se da April, uma companhia da Indonésia, também com forte atuação no mercado de celulose. Além dela, a Fibria avalia o cenário, planeja em silêncio sua investida e sabe que, pode dar mais um passo importante no processo de se isolar na liderança de mercado. Mês que vem entra em operação a segunda planta da Fibria, mas a julgar pelas declarações dos controladores da companhia, o desejo é de crescer ainda mais aqui na região.

Sem uma definição sobre o futuro da Eldorado, vamos acompanhando as manchetes, ouvindo notícias -muitas vezes distorcidas-, e tentando entender essa engrenagem que movimenta milhares de empregos, gera bilhões em lucro e ajuda a promover desenvolvimento econômico e social para toda a Costa Leste. Independente de quem arremate a fábrica da Eldorado, o que esperamos é que os investidores, brasileiros, chilenos ou asiáticos possam continuar investindo na região, gerando emprego, renda e desenvolvimento para o Mato Grosso do Sul e para o Brasil. 

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Enquanto nos ocupamos em acompanhar de perto as notícias sobre a Eldorado Brasil, vamos nos afastando da UFN3, a fábrica de fertilizantes da Petrobrás, abandonada pela empresa, pelo governo e é claro, pela sociedade apesar de já ter consumido mais de R$ 3 bilhões do dinheiro público. Estamos nos interessando mais pelo privado, onde não temos qualquer poder de interferência e nos esquecendo de defender, exigir e cobrar uma solução para esse tão importante projeto. Essa inversão de prioridade não é coerente. Talvez seja hora de recomeçarmos as cobranças e exigir uma solução definitiva para a fábrica que pode tornar nosso país, autossuficiente na produção de fertilizante.

O brasileiro precisa compreender que os governos quase sempre triunfam quando o grito da população diminui ou deixa de existir. Cobrar a retomada da obra da UFN3 é um dever de todo cidadão que se preocupa com seu próprio futuro. A omissão coletiva quase sempre causa prejuízos irreparáveis.

 

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