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Três Lagoas, 23 de abril

13 dicas essenciais para quem vai fazer um cruzeiro com crianças

Saiba como escolher um roteiro bacana de navio e como minimizar eventuais perrengues em alto mar

Por REDAÇÃO
17/12/2018 • 08h37
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Marinheirinhos de primeira viagem, chegou a hora de embarcar! Talvez nunca tenha passado pela sua cabeça passar férias num navio, mas papais e mamães, um cruzeiro pode ser tão gostoso e confortável quanto uma estadia em um resort.

A maioria dos cruzeiros possui infraestrutura para atender crianças e pacotes que conseguem agradar toda a família. Basicamente, as comodidades são similares a de um grande hotel, com alimentação, quartos familiares,  piscinas, monitores, áreas destinadas aos menores e, em alguns casos, até serviço de babá por hora para que os pais tenham momentos sem as crianças. Com a diferença de que o passeio inclui…estar navegando pelo mar aberto! Maior aventura para os pequenos!

Se você está cogitando, olha só: algumas vantagens podem até te dar uma animada. Por exemplo, se seu filho é pequeno e precisa do cochilinho da tarde você tem a comodidade de estar sempre perto da cabine. Frutinhas e snacks o dia todo também são garantidos. Outra grande vantagem é que não é preciso carregar uma bolsa imensa, porque sempre é possível fazer um “pit stop” rápido para troca de fraldas ou roupinha no quarto.

Viajar com crianças pode ser sim um perrengue, vamos falar a verdade, mas com alguns cuidados, todo mundo se diverte e os pequenos podem guardar lembranças inesquecíveis de um passeio bacana. A dica primordial de qualquer boa viagem em família é que todos se sintam à vontade e possam aproveitar, não é?

Tudo, claro, depende do estilo de viagem que vocês curtem fazer, mas se você quiser dar uma chance para uma jornada em alto-mar, separamos algumas dicas que podem ajudar a ter uma estadia mais tranquila:

Viagem longa ou curta? Você que conhece a sua família!

Não existe uma resposta certa para quanto tempo você deve ficar navegando. Muitos cruzeiros fazem paradas estratégicas em belas praias e roteiros turísticos, o que enriquece a viagem e alivia a sensação de ficar “presa” no navio. No entanto, são estadias mais longas e que exigem mais tempo – e dinheiro! Se você nunca foi num cruzeiro, melhor começar com um mais curto pra ver se a família curte e em férias futuras planejar um roteiro maior.

Aliás, lembre-se que em alguns casos, será necessário também um trecho aéreo, já que o navio embarca de portos específicos e, muitas vezes, internacionais.

Fique atenta ao embarque e desembarque!

Apesar do check-in ser organizado, os embarques nos portos costumam ter filas– os maiores navios costumam ter mais de 5.000 pessoas a bordo- e todo mundo sabe que ficar parada costuma ser o pesadelo de uma criança. Mantenha-a por perto, entretida com livros, jogos e brinquedos para o tempo passar mais rápido. Tenha seus documentos e vouchers sempre à mão e, claro, prefira as filas preferenciais, se você tem crianças de colo.

Alguns navios, como os da frota da Royal Caribbean, possibilitam que o desembarque de passageiros com crianças seja agendado em horário específico ou antecipado. 

Dá para levar mais malas, mas sem exagero!

O limite de bagagem dos navios costuma ser bem mais generoso do que o das companhias aéreas – na MSC, por exemplo, são 90 kg, distribuídos em 3 malas por cabine-, mas o bom senso prevalece. Como já foi dito, o embarque e desembarque costuma ter filas, então quanto menos malas você tiver, mais rápido ele será. Outro ponto de atenção é que como muitos roteiros necessitam da parte aérea, as companhias cobram taxa pelo excesso de bagagem.

Os navios costumam ter detectores de metal na entrada e checagem de bagagem como nos aeroportos. Facilite sua vida estando de acordo com os objetos permitidos nas malas de mão para evitar o desconforto de ter que ficar revirando tudo, enquanto tenta segurar os pequenos.

Não esqueça dos documentos!

Cheque toda a lista de documentos necessários. De maneira geral, se a viagem for nacional, o RG ou a certidão de nascimento da criança já basta. No entanto, se passar por águas internacionais, seu filho deve ter o passaporte, visto e comprovante internacional de vacinação (se for exigido). Pais separados também precisam de autorização do responsável ausente.

Escolha uma cabine que seja confortável pra todo mundo

Sim, nós te entendemos: ter um quarto confortável é fundamental quando se viaja com crianças. Os navios mais modernos possuem um “menu” de cabines e experiências bem variado, de acordo com o seu gosto e o seu bolso, claro. Alguns pacotes permitem inclusive reservar cabines duplas ou triplas, onde uma porta liga os quartos. Isso pode ser uma grande vantagem para pais com filhos que já dormem sozinhos.

O banheiro costuma sim ser bem menor do que o dos resorts. Este é um perrengue real dos navios. Nada que tire o prazer da viagem, mas é preciso um pouco de paciência e disposição, porque o box do chuveiro tende a ser mais apertado e pode ser mais complicado ajudar a criança a tomar banho.

Sem desespero: comidinhas o dia todo

A maioria dos cruzeiros oferece pacotes all inclusive (com ou sem bebidas)- o que financeiramente vale a pena!-, onde certos restaurantes e lanchonetes estão liberados. Alguns possuem cozinha funcionando 24 horas e menu infantil o dia todo- em alguns, a alimentação de crianças entra como cortesia. Ter comida livre ajuda a não criar uma pressão para ter horários tão restritos de alimentação. Não precisa correria pra tomar o café antes de acabar! E pode ajudar muito no lanche ou na frutinha da tarde.

Esta flexibilidade, no entanto, não quer dizer que você deva fugir muito da rotina alimentar da criança. Liberar doces ou guloseimas ou escapar demais do horário do almoço pode causar inconvenientes – e até incômodos gástricos. “De preferência, mantenha a alimentação habitual da criança”, indica Marcela Odaira, pediatra, alergista e imunologista do Hospital Albert Einstein.

Bom lembrar também que alguns cruzeiros permitem que você peça um menu específico para restrições alimentares. Se for o seu caso, certifique-se de que o navio possui este serviço exclusivo.

Priorize os navios com diversão pro filhote!

Quando for fechar o pacote, certifique-se das áreas para crianças e das atividades específicas para idade do seu filho. A maioria deles conta com piscinas e brinquedos de água exclusivos pros pequenos e também salas de jogos e brincadeiras com monitores especializados e poliglotas. Shows e musicais com personagens famosos como Peppa Pig também são diversão garantida “É importante que os pais se sintam seguros ao deixar os filhos nestas áreas e certifiquem-se de que tenham atividades que vão atingir a idade deles”, indica Amanda Roqueti, assistente-chefe de animação do MSC Seaview.

O intuito de uma viagem em família é, claro, curtir o tempo juntos, mas brincar um pouquinho com novos colegas – o número de crianças pode chegar a 1200 num navio!- ou participar de uma atividade recreativa só vai tornar a estadia mais bacana. “Não tem um tempo certo para ela ficar com monitores, tem que ser o tanto que a criança se sente bem. Enquanto ela tá feliz, pode ficar!”, diz Amanda.

Para os maiores, as atividades envolvem brincadeiras pelo navio, menu especial e claro, jogos eletrônicos. Os pais dos pré-adolescentes podem até se dar ao luxo de curtir algumas festas, já que é possível deixá-los por um período noturno nas áreas exclusivas do navio.

Cuidado pra não se perder!

Os cruzeiros tendem a ser grandes, com muitos andares e áreas comuns. Ou seja, é muito fácil se perder e é preciso estar sempre atento com os pequenos. Alguns navios, como os da MSC, disponibilizam pulseirinhas de segurança com todas as informações cadastradas da criança, assim que embarcam. Em alguns roteiros da frota, é possível até colocar uma pulseirinha com geolocalização que pode ser controlado por um app. No caso do navio não ter, leve de casa a pulseirinha de identificação com nome dos pais e contatos. Combinar um ponto de encontro também é fundamental.

Bebês podem curtir também!

Um cruzeiro pode ser uma boa opção para bebês também, sabia? “Não há idade mínima para fazer uma viagem de navio. Mas algumas companhias estipulam 6 meses de idade como um limite”, indica Dra. Marcela.

E os bebês também costumam ter um cantinho bem especial montado só pra faixa dos 0 aos 3 anos. Alguns cruzeiros possuem inclusive cuidadoras treinadaspra cuidar de bebês que podem ser solicitadas por tempos determinados e curtos – e com valores extras aos dos pacotes. Assim os pais podem curtir algumas horinhas sem os pequenos com tranquilidade.

Quanta piscina! Divirta-se, mas com atenção!

Os maiores cruzeiros não limitam-se a ter apenas uma piscina. A reportagem embarcou no MSC Seaview, que tem 5 piscinas – sendo 1 infantil-, 4 toboáguas e diversas jacuzzis espalhadas pelo convés. A gente sabe como os pequenos amam nadar, mas a atenção deve ser sempre redobrada quando estamos falando de crianças + água. “Os afogamentos fatais aumentam nesta época das férias e as internações por conta de quedas e outros acidentes com crianças chega a aumentar 20% nos hospitais”, ressalta Gabriela Freitas, gerente executiva da ONG Criança Segura, dedicada à prevenção de acidentes com crianças e adolescentes.

As piscinas de cruzeiros também costumam ficar bem cheias. Cuidado com escorregões, empurrões e outras situações que possam propiciar um afogamento, ainda que na parte rasa. Gabriela também ressalta a importância do colete salva-vidas. “É melhor do que as bóias, porque o tronco fica flutuando inteiro e não só os bracinhos. As bóias passam uma falsa sensação de segurança, mas podem desestabilizar, furar ou virar”, aconselha e alerta: “Criança na água precisa de supervisão constante e ativa. Não adianta só ficar de olho enquanto mexe no celular. É preciso cuidar mesmo e saber nadar, se for preciso um resgate”.

Outro temor é pegar doenças dermatológicas em jacuzzi e piscinas aquecidas. “É possível sim, no entanto, se a água for tratada adequadamente esse risco diminui bastante. Pessoas com infecções de pele não devem se banhar em piscinas para não propagar a doença”, aconselha Dra. Marcela. Procure saber como é feita a limpeza e se há troca de água das banheiras.

Utilizar protetor solar, chapéu, roupas com proteção UV, óculos de sol e evitar a exposição solar entre 10h e 16h – período em que a incidência de raios UV é maior- também são cuidados que devem estar em mente.

Como o navio estará em alto-mar, todo cuidado com os limites e bordas são fundamentais para evitar quedas que podem ser fatais. “Muitos pais acham que é óbvio dizer que a criança não pode ficar na borda. Mas acidentes não acontecem quando estamos no controle, eles acontecem por uma combinação de imprevistos. Então quanto mais atento estivermos, menor a chance”, comenta a gerente da ONG Criança Segura.

Na dúvida, procure o médico a bordo

Todos os navios possuem uma equipe médica a bordo. Apesar de não ser um pediatra, se você suspeitar de qualquer doença ou na presença de desconforto, não hesite em procurar atendimento médico. Lembre-se que uma doença a bordo pode se espalhar por conta do confinamento no mar e quanto mais cedo for tratado mais seguro pra criança e pros outros passageiros. “Leve também sempre alguns medicamentos básicos recomendados pelo seu pediatra”, alerta Dra. Marcela. Todo cuidado é pouco, afinal, você estará longe de um hospital de fato.

Calma! Ficar mareado é natural. Saiba como aliviar!

Um dos maiores desconfortos relatados em viagens de navio, é claro, o enjoo. Se você já sabe que costuma ficar mareada, procure escolher as cabines do meio do navio, que balançam menos e podem reduzir os sintomas. Segundo Dra. Marcela, outras ações que podem ajudar a minimizar o desconforto da sua família, é evitar leitura e telas (celular, tablets e afins).

Quando a sensação bater, olhe para o horizonte ou para um objeto parado distante. Se nada funcionar, apele para os medicamentos utilizados para prevenir e tratar o enjoo. Procure o pediatra antes da viagem para que ele te ajude com os melhores remédios e com mais orientações.

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