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Três Lagoas, 26 de abril

Asma em pediatria

A asma é uma das doenças respiratórias crônica mais comum em crianças e adultos, sendo considerada um problema mundial de saúde.

Por Débora de Souza Pacheco
25/09/2017 • 11h53
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A asma é uma das doenças respiratórias crônica mais comum em crianças e adultos, sendo considerada um problema mundial de saúde. 
No Brasil, estima-se que existam 20 milhões de asmáticos. Em 2011, o Datasus registrou 160 mil hospitalizações por asma, o que posicionou como quarta causa de internações no Brasil. 
A asma, conhecida erroneamente por alguns como “bronquite asmática”, é uma doença inflamatória crônica das vias aéreas inferiores caracterizada por sintomas respiratórios como sibilância (“chiado”),dispneia (“falta de ar”, “respiração ofegante”), aperto no peito e tosse seca particularmente à noite ou no início da manhã. 

A principal ocorrência da crise de asma decorre da obstrução generalizada das vias aéreas e os fatores que podem desencadear são: 

- Infecções respiratórias; 
- Aeroalergenos: fungos, baratas, ácaros, pelos de animais como o gato e o cachorro; 
- Exposição à fumaça de cigarro, a poluentes atmosférico e medicamentos; 
- Falta de uso de medicações de controle; 
Em crianças, as exacerbações geralmente são precedidas por sintomas de vias aéreas superiores, indicando o importante papel que as infecções respiratórias virais, especialmente por rinovírus, tem na precipitação da crise de asma nessa faixa etária. 
A frequência das crises agudas de asma é maior em crianças menores de 5 anos devido o calibre da via aérea ser menor do que a dos adultos, portanto, qualquer inflamação pode impedir a passagem do ar.  
As crises de asma podem ser leves, moderadas ou graves e crises de asma frequentes, mesmo que leves podem levar à perda progressiva da função pulmonar. 

Diagnóstico

Na grande maioria não precisa de exames e o diagnóstico da asma deve ser fundamentado em condições clínicas e funcionais. Em crianças menores de 5 anos, o diagnóstico é clínico. Para os maiores de 5 anos, quando os achados clínicos não são típicos pode se realizar a espirometria. 
Tratamento 
Prevenção e controle são fundamentais para impedir as crises, e as principais medicações são os broncodilatadores e os corticosteroides inalatórios. 
O principal broncodilatador que mais usamos nas crises e no pronto atendimento é o salbutamol, que pode ser usado sob a forma de nebulização ou aerossol pressurizado spray com espaçador e máscara facial. A dose na bombinha é bem menor do que na nebulização, e na nebulização se a criança chora e afasta a máscara a eficácia é baixa, já no spray, se usado corretamente, vai direto para o pulmão. 
O corticoide inalatório que é usado para tratamento de manutenção serve para atuar na inflamação do brônquio, impedindo o seu remodelamento e ao contrário do que muitos pais acham “bombinha não vicia e nem mata”, se usada corretamente e com orientações médicas, asma sim mata!
Talvez o motivo pelo qual temos tantas crises de asma sendo atendidas em pronto atendimento consiste no motivo dos pais tratarem apenas ali, a crise no momento, e não darem a devida importância do seguimento com o médico especialista. 
O principal objetivo do tratamento da asma é a criança levar uma vida normal, poder correr e brincar com seus amigos sem restrições, diminuir os riscos futuros de exacerbações evitando assim idas à emergência, manter a melhor função pulmonar possível e prevenir limitação crônica do fluxo aéreo.
Uma informação importante é que cerca de 60-70% dos portadores de asma têm rinite alérgica e quando essa não está controlada ou adequadamente tratada, piora o quadro de asma; portanto, seguem abaixo algumas orientações. 
Alguns cuidados a serem realizados no ambiente: 
•Limpar a casa com pano úmido, sem varrer, o máximo possível de vezes na semana. Não há necessidade de lavar paredes ou móveis, mas é importante retirar a poeira que fica no chão, limpando embaixo de camas e sobre os móveis. 
•Retirar carpetes e tapetes, já que a completa limpeza deles é impossível.
•Utilizar capas antialérgicas impermeáveis (ou de plástico) sobre colchões e travesseiros, já que é neles que o ácaro gosta de morar, sendo um dos motivos da piora da criança durante a noite.
•Evitar roupas usadas jogadas pelo chão, pois elas retêm restos de descamação da nossa pele, que alimentam os ácaros, que são os principais agentes da alergia.
•Se houver preferência pelo uso de aspirador de pó, o mesmo deve ter um saco impermeável no reservatório de poeira, ou um filtro especial chamado HEPA, que não deixa os ácaros passarem nos buraquinhos do tecido. 



Nascida em Três Lagoas e criada em Brasilândia, cidade onde os pais residem, foi o que trouxe Déborah a cidade de Três Lagoas e também o fato da cidade estar crescendo, a mesma acha que tem muito o que contribuir para o crescimento da cidade. Graduada pela faculdade de Medicina do Oeste Paulista (UNOESTE) em 2012 na cidade de Presidente Prudente/SP, fez dois anos de residência em Pediatria no Hospital Regional de Presidente Prudente e mais dois anos de residência na subespecialidade em Pneumologia Pediátrica na USP pelo Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto/SP. 

 

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