RÁDIOS
Três Lagoas, 26 de abril

Câncer gástrico

Incidência da doença no Brasil é alarmante com aproximadamente 14 mil óbitos no país

Por Tatiane Simon
23/11/2017 • 10h02
Compartilhar


O câncer gástrico, ou de estômago como também é conhecido, tem chamado bastante a atenção de médicos oncologistas em virtude dos altos índices de vítimas registradas nos últimos anos no Brasil e no mundo e é apontado como o segundo tumor maligno mais frequente, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Entre as regiões com maior incidência da doença lideram o leste europeu, Japão, América do Sul, em especial no Chile e na Colômbia, e América Central, com destaque para Costa Rica. 
No Brasil, segundo o Inca, a incidência, registrada em 2016, foi de aproximadamente 20.520 novos casos, sendo 12.920 em homens e 7.600 em mulheres. O levantamento aponta ainda que houve no ano passado aproximadamente 14 mil óbitos. No Brasil, o combate ao câncer gástrico é lembrado no dia 28 de setembro. 

O cirurgião oncológico, Rodrigo Melão, destaca que o estômago é um órgão que faz parte do aparelho digestivo, localizado no abdome superior, e tem como função processar os alimentos (digeri-los) para extração de nutrientes e absorção de vitaminas. O câncer do estômago seria uma proliferação anormal de células em uma de suas camadas. 
Melão explica que “em geral, o câncer de estômago começa quando ocorre um erro no DNA da célula. Essa mutação faz com que a célula cresça e se multiplique rapidamente. Não se sabe ao certo o que causa o câncer de estômago, mas sabe-se que há uma forte correlação entre a infecção pelo H. Pilory, uma dieta rica em sal e em alimentos defumados e em conserva e o desenvolvimento de câncer gástrico”. O especialista reforça que o tabagismo também tem um papel importante de potencializador do risco de câncer gástrico.

Sintomas

•Fadiga
•Sensação de inchaço após comer
•Sensação de saciedade após ingerir pequenas quantidades de alimentos
•Azia grave e persistente
•Indigestão grave
•Náuseas persistentes e aparentemente sem explicação
•Dor de estômago
•Vômitos persistentes ou com sangue
•Perda de peso não intencional

Diagnóstico

O diagnóstico, segundo Rodrigo Melão, basicamente é realizado através da endoscopia digestiva alta. “Exame muito importante nessa neoplasia, pois além de identificar alterações na mucosa gástrica, tem a possibilidade de realização de biopsias para confirmação do diagnóstico”, pontua.
Após realizado e confirmado o diagnóstico, deve-se realizar exames de estadiamento, como tomografias e ressonância de tórax e abdome/pet scan. “São esses exames que nos permitirão avaliar a extensão da doença e determinar o melhor tratamento”.

Tratamento

Os principais tipos de tratamento para o câncer de estômago são cirurgia, quimioterapia, terapia alvo e radioterapia. “Em muitos casos, uma combinação desses tratamentos pode ser utilizada, porém, o tratamento se inicia na escolha de profissionais capacitados e habilitados com conhecimento das particularidades da biologia tumoral e que possam oferecer um tratamento multidisciplinar, com alguns profissionais de saúde, como nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta”, avalia Rodrigo.
A escolha do tratamento deve ser individualizada, e dependerá muito do estadiamento no momento do diagnóstico, além de outros fatores como, condição clínica, tipo do tumor e idade.
“Deve-se tomar cuidado com métodos alternativos de tratamentos. Muitos desses métodos, além de não terem qualquer comprovação cientifica de benefícios, podem, como em publicações recentes, diminuir a sobrevida do paciente, por isso recomendamos sempre discutir com oncologistas sobre essas terapias”, finaliza.

 

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.

Mais de Revista SE7E