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Três Lagoas, 25 de abril

Saia já do sedentarismo

Descubra como a prática de atividade física pode ser uma forte aliada na prevenção e no tratamento de várias doenças

Por Tatiane Simon
14/11/2017 • 13h39
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Imagine que se o seu médico lhe propusesse um tratamento caro, porém revolucionário que reduziria o risco de doença cardíaca em 40%, o risco de AVC em 27%, a incidência de diabetes em 58% e a de hipertensão arterial em 50%, além de reduzir o risco de recorrência do câncer de mama em quase 50% e o risco de câncer de cólon em 60%. Você hesitaria em “comprar” esse tratamento por mais caro que ele fosse? Aposto que não! A boa notícia é que este método já foi descoberto e está disponível gratuitamente. 
O “remédio”, como você já deve estar imaginando, é a atividade física!

Quem nunca escutou do seu médico que precisa fazer um exercício físico? Fazer qualquer atividade física faz parte do tratamento não medicamentoso de várias comorbidades. Mas, por que todas as especialidades médicas insistem tanto para que o paciente saia do sedentarismo? De acordo com a endocrinologista Juliana Granja, é sabido que com o avançar da idade, principalmente depois dos 30 anos, o corpo começa a diminuir a produção de alguns hormônios, resultando em diminuição da massa magra, e consequentemente, queda da taxa metabólica basal (ou gasto energético). “Ou seja, nosso metabolismo fica lento e passamos a engordar com mais facilidade. Também é provável o aparecimento de alguns problemas crônicos, como o diabetes e hipertensão arterial. A melhor solução é fazer exercícios físicos!”, pontua.
Segundo a especialista, perder peso é, na maioria das vezes, o objetivo principal de quem inicia um programa de exercício. Mas as vantagens em colocar o corpo para mexer é muito mais do que estético. A médica salienta também que a atividade física ,somada à liberação de vários hormônios, resulta em uma série de benefícios à sua saúde, mente e corpo. “Para obter a queima da gordura, acelerando o metabolismo, o corpo de quem se exercita aumenta a liberação do hormônio estimulante da glândula tireoide, o TSH e catecolaminas (adrenalina e noradrenalina). Há também a liberação de GH (hormônio do crescimento e testosterona) e, consequentemente, melhora a massa muscular do indivíduo promovendo aumento da queima de gordura, principalmente da gordura visceral, que está relacionada com o diabetes, hipertensão, esteatose hepática (gordura no fígado), infertilidade e problemas cardíacos”, reforça a endocrinologista.

Ainda tem mais: praticar exercício físico faz com que o organismo melhore a produção do hormônio Paratormônio (PTH), que ativa a vitamina D no corpo, responsável pelo aumento da absorção de cálcio, principal componente da massa óssea. A vantagem neste processo é que quanto mais forte for a massa muscular, maior tensão ela exerce na massa óssea e mais fortalecida a massa óssea fica. O resultado desta equação é a prevenção de problemas ósseos na terceira idade.
Movimentar-se é importante desde a infância, pois, conforme a endocrinologista, há a liberação de hormônio de crescimento (GH) quando se pratica exercício físico. A criança que se exercita pode atingir o máximo de altura que a genética dela determina, além da perda de peso.
Praticar exercício físico ajuda no controle do diabetes. Isso porque o organismo aumenta a captação da glicose pelo músculo para obter energia sem precisar do hormônio insulina. A longo prazo, quem se exercita tem menos gordura visceral e, portanto, menos resistência à insulina. Além disso, a liberação de endorfina ajuda no controle da dor crônica, no controle do apetite, na redução da ansiedade e da tensão”, frisa Juliana.

Mais motivos para deixar o sedentarismo de lado são de que há a melhora do colesterol bom, o HDL, e redução do LDL, o considerado ruim, e dos triglicerídeos, “pois o organismo também utiliza como fonte energética os ácidos graxos, liberados com a quebra de gordura, provenientes tanto da musculatura quanto do tecido adiposo. Dessa forma, melhorando o perfil lipídico. Qual a vantagem? Diminui o risco de infarto agudo do miocárdio e acidente vascular cerebral (AVC)”, afirma.
“Se o objetivo for saúde, a orientação médica é iniciar qualquer coisa que faça você se movimentar pelo menos 150 minutos por semana a uma intensidade de pelo menos 60% da sua frequência cardíaca máxima”, finaliza. 

 

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