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Três Lagoas, 18 de abril

Saúde mais que fitness

A longevidade, qualidade de vida e uma boa saúde são metas para quem quer viver bastante

Por Da Redação
04/04/2017 • 16h46
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Sabia que aquela pequena dor na coluna é decorrente de uma série de maus hábitos e da falta de condicionamento físico? E que, além disso, pode indicar uma série de graves patologias? Partindo do princípio que as atividades físicas são cada vez mais esclarecidas às pessoas e, mesmo assim, a incidência do sedentarismo permanece alta, o médico João Paulo Freitas de Almeida, especializado em ortopedia, traumatologia e medicina esportiva, aborda o assunto, falando das principais patologias osteomusculares e suas causas, decorrentes de hábitos que você tenha – ou não – e nem imagina que possa ser tão prejudicial para a saúde.

Segundo o ortopedista, a incidência do sedentarismo ainda é alta, apesar da grande quantidade de informações que se tem, hoje em dia, e do acesso facilitado a profissionais que podem contribuir no combate ao problema.

De todas as patologias osteomusculares, as mais frequentes são as da coluna vertebral. Pequenas dores podem indicar desde o desgaste, escorregamento (listeses) ou discopatias vertebrais e as disfunções consequentes da postura errada. “As pessoas treinam em academias, por exemplo, para enrijecer os músculos e chegar à hipertrofia (ganho de massa muscular), mas isso não adianta se não fortalecer toda a musculatura. Os pilares de sustentação da coluna vertebral são: a musculatura abdominal, a paravertebral dorsal e lombar, e os isquiotibais das coxas – musculatura posterior. A falta de condicionamento físico nessas regiões, unida ao estilo de vida sedentário, são o pacote completo para desenvolver patologias da coluna vertebral”, orienta.

João Paulo ressalta que a prática de exercícios deve ser feita de maneira correta. Existem modalidades, como o CrossFit, que têm exercícios que exigem força e resistência e, se não forem executados da maneira correta, prejudicam o corpo em vez de ajudar.  Como o “deadlift”, exercício de levantamento de peso que exige condicionamento e execução supervisionada, que, se executado de maneira errada, pode distender o músculo e lesionar a coluna. Sobre a prática de exercícios físicos, o médico deixa claro: “Combato o sedentarismo e estimulo quaisquer modalidades de exercícios físicos, desde que sejam executados de maneira correta e supervisionada. Não adianta estar praticando exercício e prejudicando o corpo. A finalidade da prática não é essa.” É preciso lembrar que o físico é algo a ser cultivado. Massacrá-lo vai gerar resultado negativo, enquanto a prática dos exercícios deveria ser positiva. O excesso e qualquer outra coisa além da atividade física resultará na perda de massa muscular, enquanto o objetivo é o ganho. Em relação ao corpo é sempre bom ter dúvidas, para perceber os estímulos e respostas que o corpo dá, e fazer as adaptações necessárias. Além de exercitar o corpo, exercitar, também, a capacidade de perceber o que foi suficiente. 

O argumento da maioria das pessoas é a falta de tempo. E é real que a rotina do brasileiro é movimentada, estressante. Há pessoas que não conseguem separar um tempo para almoçar, por exemplo. Mas quando a saúde é colocada em primeiro lugar, a flexibilidade de tempo deixa de ser problema e se torna solução. “Tempo não é desculpa. Quem faz o tempo é a própria pessoa. Acordando mais cedo, indo dormir mais tarde ou renunciando a uma parte do horário de almoço, é preciso que seja dedicado um tempo do seu dia para o cuidado com a saúde e com o corpo”, afirma o ortopedista, dono de uma rotina agitada, com plantões, cirurgias, consultas, toda a adrenalina da área médica e ainda com tempo para treinar e se dedicar à própria saúde.

João Paulo, além de orientar seus pacientes, dá exemplo com a própria vida. O médico é faixa preta nas artes marciais de judô e jiu jitsu, além de praticar musculação e outros esportes há anos. Assim, diz que não há argumentos para o paciente insistir no estilo de vida sedentário, propício a desenvolver problemas osteomusculares. “As lesões por trauma são causadas por prática errada de exercícios. Mais uma vez eu reforço, o exercício executado de forma errada prejudica em vez de ajudar. O ortopedista participou recentemente do Curso AO Trauma, princípios avançados do tratamento de fraturas. Ele já tem o AO Básico e foi um dos 120 escolhidos do Brasil para participar este ano. A Fundação AO é bastante criteriosa a respeito dos escolhidos para participar do curso. É preciso ter o curso AO Básico e currículo recheado para análise como pré-requisitos para ser escolhido pelos chairmans. 

Segundo a fundação, “a visão é a excelência na gestão cirúrgica de traumas e distúrbios do sistema músculo-esquelético, e nossa missão é fomentar e expandir a rede de profissionais de saúde na educação, pesquisa, desenvolvimento e investigação clínica para conseguir mais efetiva atenção ao paciente em todo o mundo.” O curso é dividido em aulas teóricas, práticas e mesas de debate sobre temas avançados dentro as ortopedia e traumatologia, ministrados por brasileiros renomados na área e estrangeiros que vêm só para ministrar neste curso.

Os exercícios físicos e o cuidado com a saúde são o carro-chefe para o fim do sedentarismo. Compactuar com o dano à própria saúde não deve ser costume do ser humano. Existem patologias da coluna, entre outras lesões por trauma, em que o tratamento dura um longo tempo, que varia de paciente para paciente, com medicamentos, exercícios e procedimentos montados para a patologia em questão. Como, por exemplo, a osteopatia, forma de “quiropraxia”, que tem dado resultados bastante satisfatórios em tratamentos da coluna vertebral. João

Paulo preza pela orientação e pelo exemplo aos seus pacientes, por saber que hábitos saudáveis garantem a longevidade e a qualidade de vida que o sedentarismo não garante. O conformismo leva ao insucesso.

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