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Campanha de conscientização sobre a prevenção pode ser essencial na redução aos índices de suicídio no país

Por Tatiane Simon
21/09/2017 • 10h31
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No mês de setembro  somos convidados a abraçar uma causa, dialogar e romper tabus. O Setembro Amarelo propõe tudo isso no formato de uma campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio, com o objetivo direto de alertar a população a respeito da realidade do suicídio no Brasil e no mundo e suas formas de prevenção. Ocorre no mês de setembro, desde 2014, por meio de identificação de locais públicos e particulares com a cor amarela e ampla divulgação de informações.
Um problema de saúde pública que vive atualmente a situação do tabu e do aumento de suas vítimas é o suicídio. Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas da AIDS e da maioria dos tipos de câncer. Esse tem sido um mal silencioso, já que é comum as pessoas fugirem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima pode estar apresentando sintomas de quem pretende tirar a própria vida.

De acordo com os médicos psiquiatras, Larissa Ormeneze de Freitas e Eder Caloi Barro, é necessário fomentar a discussão sobre o assunto para que se reduza o índice de suicídio no Brasil, mas não basta somente falar, é preciso, segundo eles, saber como abordar o problema. Dialogar sobre este tema é fomentar o que na psiquiatria é chamado de “Efeito Papageno”, que tem como objetivo explicitar a forma correta de abordagem ao suicídio com fatores protetores que visam a prevenção. “É necessário que os pais sejam mais presentes e participativos na vida de seus filhos; que saibam sobre o dia a dia deles, de suas angústias e ansiedades”, aponta Larissa. 
Éder Caloi complementa dizendo que é “na adolescência que os indivíduos passam pelo período de transição e das inúmeras incertezas quanto ao futuro e à identidade e, por isso, são tomados pelo sentimento de impulsividade e é quando mais ocorrem as tentativas de suicídio”.
A esperança, com a campanha do Setembro Amarelo, é o fato de que, segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser evitados. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta. “Daí a necessidade de os pais dialogarem e da sociedade como um todo entender que por trás do desejo da pessoa de efetivar um ato contra sua própria vida, não se trata de uma ‘frescura’, e sim de uma doença”, conclui o especialista.

Ajuda--------------

O Centro de Valorização da Vida (CVV), uma das principais mobilizadoras do Setembro Amarelo, é uma entidade sem fins lucrativos que atua gratuitamente na prevenção do suicídio desde 1962, e realiza apoio emocional e prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype 24 horas todos os dias.

Depressão---------

A depressão é, muitas vezes, o gatilho que leva o indivíduo ao suicídio. Para que ela não chegue a este extremo tão trágico, a psiquiatra Larissa ressalta que nós devemos estar atentos aos sinais de alarme que pessoas próximas a nós podem emitir, como tristeza duradoura após um luto ou frustração, baixa qualidade no sono, dificuldades com memória, problemas no trabalho. “Só de desconfiar que a tristeza está chegando a este ponto, já consideramos que seja o momento de procurar um especialista. Conforme as crises vão ficando recorrentes, vai limitando o paciente de exercer tarefas rotineiras”, arremata.

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